Advogada de jovem vítima de estupro pedirá saída de delegado do caso

Publicado em 28 de maio de 2016

A advogada da jovem de 16 anos que denunciou ter sido estuprada por 33 homens, em uma comunidade da Zona Oeste do Rio, diz que vai pedir a substituição do delegado que está investigando o caso, Alessandro Thiers, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). Segundo a advogada informou ao RJTV, durante o novo depoimento da jovem na noite de sexta (27), o delegado deixou a menor se sentindo acuada.
“Havia três homens no ambiente e o delegado, ainda por cima, fez a pergunta se ela tinha hábito de fazer sexo em grupo.”, afirmou Eloísa Samy. A advogada disse que a família da menina está com medo e que quer proteção policial. De acordo com ela, a secretaria de Assistência Social ainda não fez nenhum tipo de contato com a família da menor.
A polícia voltou na manhã deste sábado (28) à Praça Seca em busca dos criminosos. Homens de sete batalhões fizeram uma operação conjunta na comunidade. A casa onde aconteceu o estupro já foi localizada ontem pelos policiais. O local é conhecido como “abatedouro” o que, segundo o delegado, nas palavras das pessoas que já prestaram depoimento é o local para onde as meninas são levadas para fazer relações sexuais.
A adolescente prestou um segundo depoimento na sexta na Cidade da Polícia. Ela chegou com o rosto coberto por um casaco, acompanhada da mãe. “Eu me sinto um lixo hoje, eu não queria que outra pessoa se sentisse assim”, disse a menor em entrevista ao jornal O Globo.
No primeiro depoimento a adolescente contou que foi à casa de um rapaz com quem tinha um relacionamento e depois só lembra de ter acordado no domingo (21) em uma outra casa com 33 homens armados com fuzis e pistolas. Ela estaria dopada e nua.
No vídeo divulgado na internet, um dos homens fala em mais de 30 pessoas. “Mais de trinta engravidou. Entendeu ou não entendeu?”, diz o áudio. Um dos suspeitos do crime é Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos, apontado como namorado da jovem.
O advogado de Lucas disse que o cliente não estava com a adolescente na noite do estupro. “Meu cliente diz que esteve com ela 48 horas antes do crime e depois não viu mais ela”, disse o advogado, ressaltando que quando Lucas esteve com a adolescente, quem teve relação sexual com ela foi Raí, que admitiu, em depoimento, ter sido o responsável pela divulgação das imagens.
“Eu tô dando a versão do meu cliente. O Lucas disse que não teve qualquer tipo de relação com ela e sim com a outra menina que está aí. Quem teve relação com ela foi o rapaz que está aí”, disse o advogado.
Lucas esteve ontem na delegacia, acompanhado do amigo Raí de Souza. O advogado de Raí confirmou que foi ele que fez o vídeo, mas disse que a adolescente não foi estuprada. “Ele realmente tinha filmado, que ela estava falando que era dos trinta, que ele estava tentando se vangloriar. Mas que realmente não foi ele. E não houve estupro, não houve estupro. Houve um ato sim, sexual, permitido pela suposta vítima”, disse o advogado Cláudio Lúcio.
A advogada da adolescente também criticou, neste sábado, o fato de Lucas e Raí ainda não terem sido presos. “Até ontem Raí não aparecia na lista dos quatro suspeitos identificados pela polícia”.
Os outros três suspeitos identificados são Marcelo Miranda da Cruz Correa, de 18 anos e Michel Brazil da Silva, de 20, suspeitos de divulgar as imagens na internet. Raphael Assis Duarte Belo, de 41 anos, aparece ao lado da vítima, numa foto.
A polícia demonstrou cautela ao falar sobre a investigação. Os delegados disseram que ainda não é possível afirmar quantas pessoas participaram do crime. E que esperam o laudo do exame de corpo de delito.
G1

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