Motorista que atropelou ciclista na Imigrantes diz que fugia de assaltantes

Publicado em 7 de julho de 2016

O motorista suspeito de atropelar e matar um ciclista na Rodovia dos Imigrantes afirmou em depoimento após ter sido preso na noite de quarta-feira (6) que fugia de assaltantes no momento do acidente, informou o Bom Dia São Paulo desta quinta-feira (7).
No domingo (3), o vigia Dorgival Francisco de Souza foi atropelado na rodovia, na altura de Diadema, no ABC. Um dos braços da vítima foi decepado e encontrado a cerca de 2 km do local do acidente. O motorista fugiu sem prestar socorro.
“Dois motoqueiros encostaram em mim para levar meu carro. Então ouvi gritos de “perdeu, perdeu”. Saí correndo em disparada. Ali é escuro. Como você vai ver alguém de bicicleta em sua direção? Fiquei apavorado. Não sabia o que fazer”, disse.
A polícia recebeu pelo menos seis denúncias anônimas e coletou diversas imagens de câmeras de segurança para chegar ao motorista Sérgio Meliunas, de 45 anos, que estava foragido havia três dias.
Outro fator que ajudou nas buscas foi a descoberta de peças do carro que caíram no chão no momento do acidente, possibilitando a identificação da marca do veículo.
Meliunas foi levado pela polícia ao 3º DP de Diadema às 21h de quarta para prestar depoimento e contou sua versão sobre a dinâmica do acidente durante duas horas. Ele disse que estava com amigos no carro, a caminho de um restaurante no Jabaquara, na Zona Sul de São Paulo.
O suspeito, que é motorista de ônibus e mora em São Bernardo do Campo, afirmou que só percebeu o braço amputado do ciclista preso ao carro quando parou o veículo.
“Quando colidimos com o ciclista, pensamos que tivessem jogado uma pedra. Paramos em uma avenida e vi o braço. Coloquei do lado, no chão, e troquei o pneu. Foi uma fatalidade. Infelizmente dei de cara com o rapaz”, afirmou Meliunas.
O motorista disse ainda que não procurou a polícia porque ficou apavorado. “Eu não sabia o que fazer e não tenho condições para contratar um advogado”, explicou.
Meliunas vai responder por homicídio doloso, omissão de socorro, fuga do local do acidente e ocultação de cadáver.
A polícia deve abrir um inquérito para ouvir todas as testemunhas e envolvidos no caso. A investigação é realizada pelo 4º DP de Diadema.

Caso na Avenida Paulista
David Santos de Souza teve o braço decepado ao ser atropelado na Avenida Paulista, em 10 de março de 2013, pelo estudante de psicologia Alex Siwek. Alex foi preso pelo atropelamento ainda no dia do acidente, mas deixou a penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, em 21 de março. Um exame clínico apontou vestígios de álcool no motorista, mas concluiu que ele não estava embriagado no momento da colisão.
David ia para o trabalho quando foi atingido pelo carro conduzido por Alex. Testemunhas disseram que o veículo andava em zigue-zague e já tinha derrubado alguns cones colocados na Avenida Paulista para sinalizar a instalação da ciclofaixa.
Inicialmente, Siwek foi condenado a seis anos de prisão em regime semiaberto, pagamento de 60 salários mínimos e a suspensão da carteira nacional de habilitação por cinco anos. Uma decisão judicial reduziu posteriormente a pena para dois anos de prisão em regime aberto, oito meses de suspensão do direito de dirigir e pagamento de indenização de 10 salários mínimos. A prisão foi substituída por serviços à comunidade e prestação pecuniária de 50 salários mínimos.
G1

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