Com “meta ousada” de 5 medalhas no Mundial, seleção viaja para a França

Publicado em 15 de agosto de 2015

metaOs 18 convocados para defender a seleção brasileira de judô no Mundial de Astana, que acontece de 24 a 30 de agosto, embarcaram nesta quarta-feira no Rio de Janeiro rumo a um período de preparação em Saint Genevieve, na França. O planejamento da Confederação Brasileira de Judô é que os mais leves e parte da comissão viajem para o Cazaquistão no dia 20, enquanto os mais pesados só no dia 24. Ainda na Cidade Maravilhosa, eles tiveram um encontro descontraído com a imprensa, e o gestor de alto rendimento da entidade, Ney Wilson, falou sobre as “metas ousadas” da CBJ.

A missão dos judocas é superar o desempenho do torneio no ano passado. Em Chelyabinsk, na Rússia, o Brasil teve quatro medalhas: ouro com Mayra Aguiar (78kg), prata com Maria Suelen Altheman (+78kg) e bronzes com Érika Miranda (52kg) e Rafael Silva, o Baby (+100kg), com exceção do último, lesionado, todos presentes na lista do Mundial de Astana.

– As nossas metas sempre são bem ousadas. No último Mundial tivemos quatro, queremos chegar a cinco agora. Mas isso é quantitativo, já que posso ir melhor com três medalhas se obtiver todas de ouro. Queremos sempre evoluir. Falamos em quantidade de medalhas porque mostra uma equipe mais homogênea e com mais possibilidade de acertar o alvo nos Jogos Olímpicos. Nosso grande desafio é ter uma medalha no masculino, já que, nos dois últimos, tivemos uma em cada um com o Baby, e ele não vai. Teremos que ter uma cara nova no judô masculino. Acredito que possamos chegar – disse Ney Wilson, lembrando ainda que o representante dos pesados será David Moura, ouro no Pan de Toronto.
O gestor de alto rendimento da CBJ afirmou que, apesar de a meta ser ousada, nada é feito para gerar pressão nos atletas. Pelo contrário, sonhar alto significa que a comissão técnica confia em seus comandados.

– O esporte não é uma ciência exata. É muito difícil você ter uma precisão. O que nos permite fazer projeções são os números frios, não de competição. Quantas modalidades o atleta entra favorito e sai sem nada? O sentido é gerar confiança nos próprios atletas. Eles sabem da nossa meta e é muito bom o atleta saber que a comissão técnica acredita nele. Na maioria das vezes, temos acertado mais que errado, e o percentual, quando erramos, é sempre próximo do acerto.
Ney Wilson lembrou ainda que, por ser o último Mundial antes dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, o torneio em Astana terá algo especial para os atletas.

– Esse Mundial está cheio em quantidade e com uma qualidade excepcional. As possibilidades de acontecerem imprevistos no caminho são maiores, porque são muitas lutas e lutas muito duras. Os medalhistas desse torneio são fortes candidatos à medalha olímpica, mas pode não acontecer – relatou.

Na competição cazaque, o Brasil terá nove representantes em cada gênero, formando o número máximo permitido de 18 judocas. No feminino, lutam Sarah Menezes (48kg), Nathália Brigida (48kg), Érika Miranda (52kg), Rafaela Silva (57kg), Mariana Silva (63kg), Maria Portela (70kg), Mayra Aguiar (78kg), Maria Suelen Altheman (+78kg ) e Rochele Nunes (+78kg). Já no masculino, foram escolhidos Felipe Kitadai (60kg), Eric Takabatake (60kg), Charles Chibana (66kg), Marcelo Contini (73kg), Victor Penalber (81kg), Leandro Guilheiro (81kg), Tiago Camilo (90kg), Luciano Correa (100kg) e David Moura (+100kg).

– Para nós, o Mundial é importante por ser um grande laboratório para os Jogos Olímpicos. Estamos acompanhando e avaliando o comportamento de cada um, quem se abala mais e o que podemos melhorar. Temos um ingrediente muito bom na seleção, sobretudo na masculina. A feminina é mais homogênea, experiente, cascuda. A masculina tem cinco atletas novos na seleção, e três experientes. É uma mescla boa – concluiu Ney Wilson.

O clima no embarque da seleção brasileira foi de total descontração. A atleta Maria Suellen Altheman, que completou 27 anos nesta quarta-feira, foi presenteada com um bolo com direito à vela, e os companheiros cantando “Parabéns a você”. Rodeados pelas malas dos judocas, os jornalistas puderam falar com os atletas, que ficaram em uma área com buffet e um tatame. Nesse mesmo local no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, funcionam os escritórios da Confederação Brasileira de Judô.

Programação do Mundial de Astana 2015:

23 de agosto – Congresso Técnico e Sorteio das Chaves
24 de agosto – 60kg, 48kg
25 de agosto – 66kg, 52kg
26 de agosto – 73kg, 57 kg
27 de agosto – 81kg, 63kg
28 de agosto – 90kg, 70kg, 78kg
29 de agosto – 100kg, +100kg, +78kg
30 de agosto – Competição por Equipes

Histórico do Brasil em Mundiais (individual):

– Ao todo, são 38 medalhas: 6 ouros, 11 pratas e 21 bronzes

1971 (Ludwigshafen/GER): Chiaki Ishii (93kg/bronze);
1979 (Paris/FRA): Walter Carmona (86kg/bronze);
1987 (Essen /GER): Aurélio Miguel (95kg/bronze);
1993 (Hamilton/CAN): Aurélio Miguel (95kg/prata) e Rogério Sampaio (71kg/bronze);
1995 (Tóquio/JPN): Danielle Zangrando (56kg/bronze);
1997 (Paris/FRA): Aurélio Miguel (95kg/prata), Edinanci Silva (72kg/bronze) e Fulvio Miyata (60kg/bronze);
1999 (Birmingham/GBR): Sebastian Pereira (73kg/bronze);
2003 (Osaka/JPN): Mario Sabino (100kg/bronze), Edinanci Silva (78kg/bronze) e Carlos Honorato (90kg/bronze);
2005 (Cairo/EGY): João Derly (66kg/ouro) e Luciano Corrêa (100kg/bronze);
2007 (Rio de Janeiro/BRA): João Derly (66kg/ouro), Tiago Camilo (81kg/ouro), Luciano Corrêa (100kg/ouro) e João Gabriel Schilittler (+100kg/bronze);
2010 (Tóquio/JPN): Mayra Aguiar (78kg/prata), Leandro Guilheiro (81kg/prata), Leandro Cunha (66kg/prata) e Sarah Menezes (48kg/bronze);
2011 (Paris/FRA): Leandro Cunha (66kg/prata), Rafaela Silva (57kg/prata), Sarah Menezes (48kg/bronze), Leandro Guilheiro (81kg/bronze) e Mayra Aguiar (78kg/bronze)
2013 (Rio de Janeiro/BRA): Rafaela Silva (57kg/ouro), Érika Miranda (52kg/prata), Maria Suelen Altheman (+78kg/prata), Rafael Silva (+100kg/prata), Sarah Menezes (48kg/bronze) e Mayra Aguiar (78kg/bronze)
2014 (Chelyabinsk/RUS): Mayra Aguiar (78kg/ouro), Maria Suelen Altheman (+78kg/prata), Érika Miranda (52kg/bronze) e Rafael Silva (+100kg/bronze).
Globoesporte

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