Governo Bolsonaro pressiona PF para reabrir caso Adélio. Dois inquéritos já descartaram ligações políticas ou partidárias

Publicado em 22 de outubro de 2022

O episódio da suposta facada em Jair Bolsonaro, que teve papel decisivo na disputa presidencial de 2018, ganhou novos contornos na reta final do segundo turno. Pressionada por integrantes do governo, a Polícia Federal (PF) decidiu reabrir o inquérito sobre o caso e solicitar um novo depoimento de Adélio Bispo de Oliveira, autor do ataque, que está preso no Presídio Federal de Campo Grande (MS). Em dois inquéritos anteriores, a PF concluiu que Adélio agiu sozinho e descartou ligações políticas ou partidárias no atentado.
Segundo reportagem do Broadcast Político, do Estadão Conteúdo, a informação sobre a reabertura do inquérito “foi confirmada por fontes da PF e integrantes do governo”. “Procurada, a PF disse que ‘não se manifesta sobre eventuais investigações em andamento’”, ressalta a reportagem. “Ainda assim, o atual responsável pelo caso, o delegado Martín Bottaro Purper, da Diretoria de Inteligência Policial, que assumiu o caso no início do ano, argumenta a necessidade de identificar eventuais mandantes ou financiadores do atentado”.
Ainda segundo a reportagem, fontes da PF afirmam que existe uma “grande pressão” pela reabertura do inquérito e que “não há certeza ainda sobre um eventual novo interrogatório de Bispo até o segundo turno da eleição”.
A tentativa de vincular o suposto atentado de Juiz de Fora (MG) à esquerda vem sendo feita por Bolsonaro e seus aliados desde o ocorrido, em 6 de setembro de 2018. Jair Bolsonaro vem sendo acusado de tentar interferir politicamente na PF desde o início do mandato, o que levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a abrir uma investigação para apurar as denúncias. A relatoria do caso está sob os cuidados do ministro Alexandre de Moraes.
Brasil 247

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