Salários atrasados, perseguição e caos administrativo: a insustentável situação do Hospital Antonio Targino

O Hospital Antônio Targino (HAT), em Campina Grande, volta a ser alvo de graves denúncias que expõem um cenário de colapso interno, atraso salarial e condições de trabalho consideradas insustentáveis por funcionários da unidade. A situação, que já vinha sendo alvo de queixas silenciosas ao longo dos últimos meses, agora ganhou força após uma carta pública assinada pelo ex-vereador e vice-presidente do Sintab, Napoleão Maracajá, que afirma ter recebido relatos de diversos trabalhadores da instituição.
Segundo a denúncia, os profissionais estão há quase 90 dias sem receber salários — incluindo os meses de setembro, outubro e 20 dias de novembro. O último pagamento registrado foi o da folha de agosto. Com isso, dezenas de trabalhadores estariam enfrentando dificuldades básicas para custear transporte, alimentação e o sustento familiar.
Além da crise financeira, funcionários relatam um ambiente marcado por falta de insumos, carência de profissionais, pressão psicológica e práticas de intimidação contra aqueles que tentam reivindicar direitos ou questionar a administração. Segundo os relatos, a direção estaria fornecendo justificativas “inconsistentes e contraditórias” para o atraso dos pagamentos.
A gestão do hospital, conforme a denúncia, tem repetidamente buscado atribuir a crise a fatores externos. Quando ainda havia convênio com a Unimed, a cooperativa era apontada como responsável por eventuais dificuldades. Agora, com o fim da parceria, a culpa estaria sendo direcionada à Prefeitura de Campina Grande, sob a alegação de atraso nos repasses.
No entanto, o hospital recebe recursos de diversas fontes — SUS (federal), Governo do Estado e Município — o que reforça a necessidade de transparência na utilização das verbas públicas e levanta questionamentos sobre a efetiva responsabilidade da administração do HAT.
A carta pública também alerta que qualquer tentativa de mobilização interna estaria sendo reprimida com perseguição e retaliações, criando um ambiente de medo entre os funcionários.
CRISE NÃO É NOVA
O descontentamento dentro do hospital não surgiu agora. Há meses, profissionais relatam deficiências graves no funcionamento da unidade, que vão desde falta de insumos até sobrecarga de trabalho. A crise tem se mantido e se agravado, sem que haja explicações claras ou soluções apresentadas pela direção.
Diante disso, surge a necessidade de um posicionamento urgente e transparente da administração do HAT, que ainda não se pronunciou publicamente sobre as denúncias.
Blog do Márcio Rangel



