Granadas, fuzis e veneno: as armas que seriam usadas para matar Lula, Moraes e Alckmin
Publicado em 21 de novembro de 2024Para concluir o plano golpista em dezembro de 2022, os militares do grupo “kids pretos” contavam com um arsenal robusto para matar o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice eleito Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Documentos apreendidos pela Polícia Federal revelaram o plano detalhado dos bolsonaristas. Além de armas robustas, como uma metralhadora, fuzis e 12 granadas, eles cogitaram envenenar o petista com alguma substância que lhe causasse “um colapso orgânico”.
Por meio dos arquivos, obtidos no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, quatro militares e um policial federal foram identificados e, após o envio da representação ao STF, os golpistas foram presos nesta terça-feira (19).
Entre os detidos estão os militares Rafael Martins de Oliveira, Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Mário Fernandes. Já o policial federal Wladimir Matos Soares, quinto detido, atuava na segurança pessoal de Lula e informava aos “kids pretos” os passos do petista, alvo da trama.
Segundo a PF, os golpistas detalharam medidas práticas para executar os atentados, e a lista de equipamentos bélicos incluía:
Uma metralhadora Mtr M249;
Um lança-granadas;
Um lança-rojão;
Seis coletes à prova de balas;
Rádios de baixa frequência;
Seis celulares descartáveis;
Quatro pistolas e fuzis;
Munição não rastreável;
Doze granadas.
O lança-rojão, por exemplo, é descrito como um “lançador de foguetes antitanque, utilizado por forças armadas para neutralizar veículos blindados e estruturas fortificadas”. A PF destacou que o arsenal indicado remete a “armamentos de guerra comumente utilizados por grupos de combate”.
Além disso, os golpistas também contavam veículos de modelo SUV para a execução do crime, sendo todos de placas oficiais e um deles blindados. As investigações da PF, portanto, não identificou a origem dos equipamentos.
Os documentos mostram que o grupo previa duas semanas para a preparação do atentado e oito horas para sua execução. A PF também encontrou evidências de que os militares usaram esse planejamento em uma tentativa frustrada de sequestrar Alexandre de Moraes em 15 de dezembro de 2022.
Na ocasião, os golpistas haviam se posicionado em locais estratégicos em Brasília, próximos ao STF e à residência de Moraes. Mas o plano foi abortado após o encerramento antecipado de um julgamento no STF, que alterou a rotina prevista para o ministro.
Foto: Reprodução
Fonte: DCM