Munição usada na execução de delator do PCC pertencia à PM de São Paulo, mostra laudo

Laudo balístico produzido pelo Instituto de Criminalística da Polícia Científica de São Paulo constatou que a munição usada no assassinato do delator Antonio Vinicius Gritzbach, em novembro, pertencia à Polícia Militar paulista. A informação foi inicialmente divulgada pelo SBT e confirmada pelo GLOBO.
Gritzbach foi atingido por tiros de dois fuzis de calibres diferentes, um 5.56 e outro 7.62, na saída do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. As armas usadas no crime foram encontradas em uma bolsa no dia seguinte à execução, perto do local onde o carro usado pelos atiradores foi abandonado.
Até o momento, dois policiais militares suspeitos de terem sido os autores dos disparos foram presos pelo crime. A investigação, conduzida por uma força-tarefa do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), acredita que a execução foi encomendada por um “consórcio” de integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC.
Além dos supostos atiradores, também já está preso um tenente da PM suspeito de ser o motorista do carro que foi usado no crime, e 14 policiais militares acusados de formar uma equipe clandestina de segurança para Gritzbach.
Também foram presas quatro pessoas que não têm relação com as forças de segurança: Matheus Soares Brito, Marcos Henrique Soares Brito, Matheus Augusto de Castro Mota e Jackeline Moreira. Os quatro são acusados de terem ajudado Kauê do Amaral Coelho, apontado como o ‘olheiro’ que apontou a localização de Gritzbach para os atiradores que o aguardavam na saída do aeroporto. Kauê fugiu para o Rio de Janeiro após o crime e está foragido. O celular usado pelo suspeito no dia do crime foi apreendido, e a polícia tenta recuperar as informações do aparelho, que foi resetado por Kauê.
Acusado de ser o mandante do assassinato de dois integrantes do PCC e envolvido no esquema de lavagem de dinheiro da facção, Gritzbach prometia em seu acordo de delação entregar a “hierarquia” da operação do crime organizado e policiais corruptos. Ele havia prestado depoimento à Corregedoria da Polícia Civil dias antes de ser executado. Cinco policiais civis denunciados por Gritzbach foram presos no fim do mês passado por suspeita de envolvimento com organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva.

Foto: Miguel SCHINCARIOL / AFP
O Globo

compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *