Munição usada na morte de Marielle Franco foi roubada na sede dos Correios na Paraíba, diz Jungmann

Publicado em 17 de março de 2018

marieleO ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta sexta-feira (16) que a munição usada na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) foi roubada na sede dos Correios na Paraíba.
Jungmann deu a informação ao comentar o fato de a munição encontrada na cena do crime pertencer a um lote vendido à Polícia Federal de Brasília em 2006.
“Essa munição foi roubada na sede dos Correios, pela informação que eu tenho, anos atrás na Paraíba. E a Polícia Federal já abriu mais de 50 inquéritos por conta dessa munição desviada”, afirmou o ministro.
“Eu acredito que essas cápsulas que foram encontradas na cena do crime, este bárbaro crime, foram efetivamente roubadas. E, também, têm a ver com a chacina de Osasco, que já se sabe, e que a Polícia Federal está fazendo todo seu rastreamento, levantando todos os dados e vai apresentar muito em breve as conclusões às quais chegou”, completou.
Ao Jornal Nacional, Jungmann disse ainda que, em 2006, a PF comprou um lote de 1,9 milhão de munições da CBC e ocorreram desvios. Um desses desvios, afirmou o ministro, aconteceu em 2007, na própria PF, por um escrivão (processado, preso e demitido).
“Mas ele tinha feito um repasse do lote para algumas organizações criminosas do Rio. É isso que temos até aqui, mas a polícia está investigando tudo. Sabemos que aproximadamente 50 inquéritos ou mais foram abertos no Rio frutos exatamente de terem encontrado cápsulas desse lote encontradas em cenas de crime do Rio e mesmo fora de lá”, disse Jungmann.
Quinta vereadora mais votada do Rio em 2016, Marielle Franco foi assassinada a tiros na última quarta.
A morte dela causou grande repercussão, a ponto de pessoas em todo o país se manifestarem contra a violência, e o governo federal anunciar que concentrará “todos os esforços” em encontrar os assassinos.
Segundo Raul Jungmann, a Polícia Federal determinou ao melhor especialista em impressões digitais e em DNA que colha o material genético nas cápsulas.
“A PF tem um banco de dados e vai colocar esse material coletado para identificar [impressões digitais], o que já seria uma pista segura no que diz respeito a quem realizou o crime”, completou.
Federalização das investigações
Sobre se as investigações podem ser federalizadas, Raul Jungmann destacou que a Polícia Federal e a Polícia Civil do Rio já trabalham em conjunto.
Nesta quinta (15), a Procuradoria Geral da República informou que estuda pedir a federalização das investigações. Se o pedido for apresentado, caberá ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir.
Intervenção federal
A segurança pública no Rio de Janeiro está sob intervenção federal há um mês, por decisão do presidente Michel Temer.
Sobre as medidas adotadas até agora, Jungmann afirmou que, se o objetivo dos assasinos de Marielle Franco for “abalar” ou “confrontar” a intervenção, pode-se avaliar que a ação federal no Rio está “no caminho certo”.
“Isso não nos abala. É uma tragédia que nós gostaríamos que nunca acontecesse, mas isso só nos dá mais determinação e mais força para seguir adiante, não tenham a menor sombra de dúvida”, concluiu.
G1

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