Paraguai troca cúpula da polícia nacional e isola traficante Piloto em cela de presídio de Assunção

Publicado em 19 de novembro de 2018

O governo paraguaio trocou a cúpula da polícia nacional após reunião com representantes da Justiça na manhã deste domingo (18). O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, usou as redes sociais para fazer o anúncio. Os nomes dos substitutos, no entanto, ainda não foram divulgados. A medida foi tomada após o traficante Marcelo Piloto matar uma jovem a facadas dentro de uma cela na capital Assunção, no sábado (17).
O destino do narcotraficante brasileiro Marcelo Fernando Pinheiro da Veiga, conhecido como Marcelo Piloto, também foi discutido e, por enquanto, ele permanece isolado em uma cela e sem receber visitas.
O comandante Bartolomé Báez e o subcomandante Luis Paulo Cantero eram responsáveis pela unidade policial onde Piloto estava. Segundo o promotor Hugo Volpe, Piloto continua no mesmo local, porém está isolado.

Fora do protocolo
Para encontrar com Piloto, Lidia Meza Burgos, de 18 anos, entrou no presídio fora do protocolo, de acordo com o Ministério Público paraguaio. A vítima, que era prostituta, se encontrava pela 2ª vez com traficante e ficou apenas 40 minutos na cela, conforme a investigação. Ela levou cerca de 16 facadas de Marcelo. “Ela ingressou no presídio sem ser dia e hora de visita”, explicou Volpe ao G1
O boletim de ocorrência foi registrado nesse sábado (17). Ainda conforme Volpe, esta foi “uma atitude extrema de Piloto para impedir sua extradição”, ressaltou. A Justiça do Paraguai autorizou a extradição do preso em 30 de setembro deste ano.

Gritos na cela
Lidia visitava Marcelo Piloto quando, por volta de 13h50, o guarda que fazia ronda no pavilhão da prisão ouviu gritos vindos da cela dele. Ao verificar, encontrou a mulher caída no chão, ensanguentada. Ela foi encaminhada para atendimento médico, mas não resistiu. O corpo de Lidia foi submetido a autópsia.

Extradição
De acordo com a decisão que determinou a extradição de Marcelo Piloto, ele só poderia ser entregue às autoridades brasileiras depois da conclusão de dois processos abertos no país vizinho: um por homicídio e outro por produção de documentos falsos e violação da Lei de Armas – este último julgado nesta sexta-feira (16).
Na audiência, Piloto manifestou recusa à juiza e ao promotor do caso, segundo o MP paraguaio, na tentativa de prolongar a burocracia e adiar sua extradição.
Segundo Volpe, que está no caso, a apelação de Piloto para que não seja extraditado está em segunda instância e deve ser julgada em cerca de 15 dias, porém, se comprovada a culpa dele na morte da jovem, sua permanência no Paraguai ainda será analisada pela Justiça.
Nesta semana, a sócia do advogado de Marcelo Piloto, Laura Casuso, foi executada em Pedro Juan Caballero. Ela defendia outro narcotraficante brasileiro, Jarvis Pavão, e chegou a atuar em processos de Piloto, em parceria com Jorge Prieto, segundo o promotor do MP Paraguaio.
G1

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