Pesquisadores encontram vírus da Zika em macacos no Brasil

Publicado em 1 de novembro de 2018

Pesquisadores encontraram o vírus da zika em macacos em florestas na região de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo e também em Belo Horizonte, Minas Gerais. A descoberta mostra que o vírus pode ter um ciclo silvestre no país.
O estudo foi elaborado por cientistas de diversas instituições e publicado na Scientific Reports, do grupo Nature. Eles observaram que os macacos ágeis, como os Saguis, não apresentavam um comportamento normal, eles estavam mais lentos e por isso eram capturados facilmente pelos moradores locais, que suspeitavam que os animais estavam com febre amarela.
A partir dessa hipótese, os cientistas começaram a estudar os cadáveres desses Saguis e descobriram que eles estavam infectados pelo vírus da zika, os macacos não morrem por causa da doença, mas ficam fracos, durante o período da infecção. Os pesquisadores também descobriram que os vírus nos macacos eram os mesmos que estavam nos humanos.
De acordo com o coordenador do estudo, Maurício Lacerda Nogueira, se a pesquisa indicar que existe um potencial de um ciclo silvestre de zika no Brasil, isto significa que é possível existir um reservatório natural a partir do qual o vírus pode reinfectar com mais frequência em humanos.
“Uma doença que tem um reservatório silvestre, ela tem um comportamento muito diferente de uma doença que não tem esse reservatório. Então, quando a gente esperava que Zika fosse desaparecer agora e retornar daqui talvez 20 anos, 10 anos. Se nós temos um reservatório, vai ser um risco constante”, explica Maurício Lacerda Nogueira.

Detalhes da pesquisa
Os dados do estudo mostram que no interior de São paulo, os pesquisadores testaram o sangue de 80 macacos mortos. Cerca de 30% estavam infectados pelo virús da zika. No Ceará, Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, também encontraram o vírus da zika em macacos.
Segundo Maurício Lacerda Nogueira, o próximo passo da pesquisa é entrar em regiões de mata mais isolada para mapear a extensão da presença do vírus.
“Eu acho que o importante da descoberta é que ela mostra que algumas coisas que a gente acreditava, para epidemiologia do vírus, que era através da transmissão (humano – mosquito – humano), que ia desaparecer por um longo prazo, talvez não seja verdade. E isso é muito importante, para que a gente tenha ou volte a investir, com muito afinco, pra vacina”, finaliza.
G1

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