Serviço de enfermagem em setores do Hospital Pedro I em Campina Grande é interditado após identificação de irregularidades

As atividades de enfermagem em três setores do Hospital Municipal Pedro I, em Campina Grande, foram interditadas nesta sexta-feira (14) pelo Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba (Coren-PB). Entre os setores afetados está a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulta.
Os setores atingidos pela interdição são: o centro de material e esterilização, a unidade de terapia intensiva (UTI) adulta e o posto de enfermagem.
Foram identificadas falhas graves na estrutura física, precariedade de equipamentos, armazenamento inadequado de materiais essenciais, registros de enfermagem inconsistentes, rotinas de trabalho impróprias, deficiências na higiene e falta de privacidade no atendimento aos pacientes, fatores que comprometem a qualidade da assistência e a segurança dos usuários.

Veja, abaixo, as principais irregularidades identificadas:
• Monitorização inadequada de pacientes graves na UTI, comprometendo a segurança e a detecção precoce de alterações clínicas;
• Respiradores com baterias danificadas, colocando em risco a continuidade da ventilação mecânica em casos de queda de energia;
• Estrutura física precária e condições insuficientes de higiene, aumentando o risco de contaminação e de infecções relacionadas à assistência;
• Presença de materiais contaminados na CME mesmo após o processo de limpeza, indicando falhas no reprocessamento de instrumentos;
• Falta de privacidade e exposição indevida de pacientes durante procedimentos, em desacordo com princípios éticos;
• Déficit de profissionais na UTI, inclusive para assistência a pacientes em contenção mecânica, comprometendo a segurança do cuidado;

• Pacientes com infecção generalizada sem isolamento adequado, compartilhando o mesmo ambiente com pacientes portadores de doenças crônicas devido a falhas estruturais nos espaços destinados ao isolamento.
A presidente do Coren-PB, Rayra Beserra, afirmou que a interdição é uma medida extrema, mas necessária diante da gravidade da situação.
“As condições verificadas representam risco iminente à vida, à saúde e à dignidade dos pacientes. Não podemos permitir que profissionais e usuários estejam expostos a ambientes inseguros, insalubres e com risco evidente de contaminação. A interdição ética é uma medida dura, mas necessária para proteger a população”, explicou a presidente do Coren-PB.
Antes da interdição, o Coren-PB realizou três visitas técnicas ao longo de um ano, emitiu orientações e notificações e promoveu duas audiências de conciliação, oferecendo à gestão do hospital diversas oportunidades para implementar as correções necessárias. Mesmo assim, nenhuma medida eficaz foi adotada para resolver a situação crítica identificada.
Segundo a Secretaria de Saúde de Campina Grande ao g1, a interdição não causou prejuízo aos usuários que dependem dos serviços do hospital. A pasta informou ainda que, em reunião realizada nesta sexta-feira, foram apresentadas as exigências do Coren-PB, que serão atendidas.
A interdição segue em vigor até que a direção do hospital apresente soluções efetivas e encaminhe ao Conselho o pedido de desinterdição.

Foto: Divulgação/Coren
G1 PB

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