Em um cenário de estagnação ou retração das principais siglas partidárias do país, o Partido dos Trabalhadores (PT) foi o único, entre os cinco maiores em número de filiados, a registrar crescimento nos últimos três anos. A informação foi divulgada neste sábado (13) pela coluna de Ancelmo Gois, no jornal O Globo, com base em dados abertos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
De junho de 2022 — às vésperas das últimas eleições gerais — até junho de 2025, o PT ganhou 15 mil novos filiados, contrariando a tendência de queda ou estabilidade verificada nas outras grandes legendas nacionais. Trata-se de um indicativo relevante do enraizamento partidário da sigla, que atualmente comanda o governo federal com Luiz Inácio Lula da Silva.
O contraste mais expressivo é com o MDB, que, embora ainda seja o maior partido do país em número de filiados, encolheu no período: perdeu 68 mil inscritos, passando de 2.134.903 para 2.066.827.
Outro destaque é o crescimento do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que apresentou um salto de 17% no número de filiações. A sigla foi de 771.219 para 900.496 filiados no mesmo intervalo, impulsionada pela força do bolsonarismo e pela mobilização da direita em torno do ex-mandatário. Apesar disso, o crescimento do PL não o coloca ainda entre os maiores em número absoluto de filiados, sendo superado por partidos como o PP e o PSD. A manutenção ou aumento da base formal de apoiadores segue sendo um desafio estratégico para todas as legendas de olho nas eleições municipais de 2024 e nas gerais de 2026.
O dado isolado do crescimento do PT chama atenção num contexto de descrença generalizada nos partidos e de volatilidade eleitoral. A legenda petista, frequentemente alvo de críticas e disputas ideológicas, demonstra manter uma base mobilizada, o que pode ter reflexos na sua capacidade de articulação política e eleitoral nos próximos anos.

Foto: Alessandro Dantas
Brasil 247