STF estende prazo para Cunha responder denúncia da Lava Jato
Publicado em 25 de setembro de 2015O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu fixar um novo prazo para que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apresente defesa à denúncia feita contra ele pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a partir de investigações da Operação Lava Jato. O peemedebista é suspeito de ter recebido propina do esquema de corrupção que atuava na Petrobra.
No início deste mês, o plenário do STF havia dobrado o prazo de resposta para Cunha, dando a ele 30 dias para rebater as acusações de corrupção e lavagem de dinheiro apresentadas na denúncia, que terminariam nesta quarta (24).
Essa resposta é a primeira manifestação de um acusado para embasar a decisão dos ministros da Corte de aceitar ou rejeitar a denúncia, e trata-se de uma manifestação preliminar da defesa sobre o caso, que poderá voltar a contestar as acusações posteriormente se o processo penal for efetivamente aberto.
Essa decisão, ainda sem prazo para ser proferida, determinará se Cunha responderá ou não a uma ação penal como réu.
Cunha foi notificado no fim de agosto, o que daria início à contagem do prazo, mas, além do período adicional, a defesa pediu acesso a outras partes da investigação, que estão na Justiça Federal no Paraná, para embasar melhor a peça.
Relator do caso no STF, Teori Zavascki concedeu acesso a mais documentos e fixou que o prazo de 30 dias começa a partir da publicação da decisão que autorizou o acesso às novas informações, o que deve acontecer nos próximos dias.
Entre os materiais, Cunha pediu o conteúdo das delações do empresário Julio Camargo – que citou o deputado como beneficiário de propina –, do doleiro Alberto Youssef – apontado como operador de propinas – e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Cunha foi denunciado em agosto por supostamente ter recebido, entre junho de 2006 e outubro de 2012, US$ 5 milhões para viabilizar a contratação de dois navios-sonda para a Petrobras. Ele nega ter recebido o dinheiro.
Não há prazo máximo nem previsão para o relator do caso no Supremo, Teori Zavascki, levar a denúncia contra Cunha ao plenário para decisão sobre abertura ou não do processo penal. Depois da abertura da ação, acusação e defesa poderão pedir depoimentos de testemunhas e juntar novas provas ao processo.
G1