Mesa redonda vai discutir Economia de Comunhão neste sábado, no auditório da FIEP, em CG
Publicado em 3 de junho de 2016Em busca de novas possibilidades para suprir as dificuldades econômicas pelas quais o Brasil vem passando e em comemoração aos 25 anos do projeto de Economia de Comunhão (EdC) no mundo, será realizada neste sábado, dia 04 de junho, a partir das 16h, no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (FIEP), no bairro José Pinheiro, em Campina Grande, a mesa redonda “Tempos de desafios, soluções ousadas: diálogos sobre Economia de Comunhão”. A entrada é uma contribuição financeira voluntária.
O evento é promovido pelo Movimento dos Focolares em parceria com a Associação Nacional por uma Economia de Comunhão (Anpecom). A mesa redonda contará com as presenças do professor da Universidade Estadual do Ceará, William Soares, que irá discorrer sobre pesquisas acadêmicas acerca dessa forma de economia, bem como dos empresários do ramo de panificação, Inês e Marcos Gugel, de Igarassú (Pernambuco), que farão o relato de experiências sobre como manter um empreendimento em EdC.
A empreendedora social, Claudia Canova, de Natal (Rio Grande do Norte) também irá participar da mesa redonda, partilhando a experiência do Cultivo de Fruticultura Orgânica, inspirada na Economia de Comunhão, que ela lidera no município de Macaíba (RN). Já Raiana Lira, bióloga e doutora em Recursos Naturais, irá trazer a experiência vivida em uma empresa de consultoria ambiental que pratica Economia de Comunhão, em Indianápolis (Estados Unidos).
Também estarão na mesa, a gestora de projetos da Anpecom, Maria Clézia Pinto, que apresentará o “Programa de Fortalecimento de Negócios Inclusivos de Comunhão”, e o diretor de Comunicação Institucional da associação, Rodrigo Apolinário.
“Este evento é uma grande oportunidade para que Campina Grande possa descobrir a Economia de Comunhão, visto que não existe nenhum empresário, na cidade, que tenha aderido a esse projeto. Além disso, é um momento de celebração dos 25 anos dessa experiência no mundo”, destacou Apolinário.
FEIRA “PÕE E TIRA”
Após a mesa redonda, no hall do auditório da FIEP, será realizada a “Feira Põe e Tira”, para a qual é necessário que os interessados levem um objeto (em bom estado) a ser doado. Para participar é preciso que aconteça a doação e, em seguida, a partir da própria necessidade, se retira outro objeto já disponibilizado na feira. “É uma experiência semelhante a uma troca, mas se constitui como exercício de comunhão, de reciprocidade”, frisou o diretor de comunicação institucional da Anpecom.
MAIS DE 800 EMPRESAS PELO MUNDO
Os 25 anos da Economia de Comunhão (EdC) no mundo foram celebrados no último domingo, dia 29 de maio. O projeto foi idealizado pela italiana Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, no ano de 1991, após uma visita ao Brasil, como uma resposta concreta aos problemas sociais e ao desequilíbrio econômico vivenciados no país e em várias partes do mundo.
Iniciativa que se desenvolveu. Em outubro de 2015, período do censo anual das empresas de EdC, foram registradas 811 empresas aderentes ao projeto no mundo, sendo 463 na Europa, 220 na América do Sul, 84 na África, 26 na América do Norte e 18 na Ásia. Essas empresas inspiram-se na EdC ao adotar uma governança centralizada na fraternidade, partilhando a riqueza produzida.
Os sujeitos produtivos da Economia de Comunhão – empresários, trabalhadores, até mesmo clientes e fornecedores, e demais agentes empresariais – buscam inspiração em princípios fundamentados numa cultura diferente da prática e da teoria econômica vigente. Em antítese à “cultura do ter”, essa cultura pode ser definida como “cultura do dar”, que também não se confunde com filantropia nem com assistencialismo.
Segundo Anouk Grevin, professora da Universidade de Nantes (França) e do Instituto Sophia (Itália) e membro da comissão internacional de EdC, a cultura do dar exige uma reflexão entre dom e lógica de mercado. “Esta é a força da cultura do dar da EdC porque o dom já existe. Mas, no caso da EdC, você dá e permite que o outro dê. Assim, todos têm a mesma dignidade e se abrem à reciprocidade”, frisou.