Quatro açudes sangram, mas 60% dos mananciais da Paraíba estão secando

Publicado em 22 de julho de 2015

acudesAs últimas chuvas deixaram quatro mananciais da Paraíba sangrando. Esses açudes estão em municípios do localizados entre as regiões do Brejo e Litoral, onde as ocorrências de chuvas são típicas nesse período do ano. No entanto, a situação hídrica do Estado continua preocupante. Segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), 60% dos 124 mananciais monitorados continuam com volumes abaixo dos 20%.

O açude que mais recentemente atingiu a capacidade máxima foi o Jangada, em Mamanguape, a 60 km de João Pessoa, no Litoral Norte. Ele pode acumular 470 mil metros cúbicos (m³) de água e sangra desde essa segunda-feira (20).

Os outros mananciais que ‘sangraram’ são o Suspiro, no município de Serra da Raiz, no Brejo, que tem capacidade para acumular 276,4 mil metros cúbicos e sangra desde quarta-feira (15); o Araçagi, no município do mesmo nome, localizado no Brejo, que tem capacidade para acumular 63,2 milhões m³ e sangra desde o dia 7 de julho; e o açude Olho D’água, em Mari, na Zona da Mata, com capacidade para 868,3 mil m³ e sangra desde sexta-feira (17).

Acima de 70%
Só outros oito mananciais do estado estão com capacidade acumulada acima dos 70%. A metade deles está localizada entre o Brejo e Litoral e a outra parte no Sertão.

São os açudes Lagoa do Matias, em Bananeiras, que tem capacidade para acumular 1,2 milhões de m³ e está com 74,8% da capacidade; Gramame/Mamuaba, no Conde, no Litoral Sul, com capacidade de acumular 56,9 milhões de m³ e está com 98,4% da capacidade; reservatório de Marés, em João Pessoa, com capacidade para acumular 2,1 milhões de m³ e está com 91,6%; açude São Salvador, em Sapé, na Zona da Mata, com capacidade para 12,6 milhões de m³ e está com 91,6%.

Os outros quatro açudes com reserva acima dos 70% e que estão no semiárido sertanejo são o açude Catolé I, em Manaíra, que tem capacidade para acumular 10,5 milhões de m³ e está com 72,9%; o açude Cafundó, em Serra Grande, que tem capacidade para 313,6 mil m³ e está com 87,6%; o açude Pimenta, em São José de Caiana, que tem capacidade para 255,7 mil m³ e está com 85,8%; e o açude Tavares II, no município de Tavares, que tem capacidade para 9 milhões de m³ e está com 79%.

Sem racionamento
As localidades abastecidas pelos quatro açudes que atingiram a capacidade máxima não estão entre as que sofrem com o racionamento de água, de acordo com dados da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa).

O destaque entre os mananciais que estão acima dos 70% é para o Lagoa de Matias, no município de Bananeiras, no Brejo. Ele, que estava quase seco, aumentou o volume para 927, 7 mil m³, ou seja, 74,8% de capacidade.

As localidades abastecidas pelo Lagoa de Matias, os municípios de Belém, Caiçara, Logradouro e os distritos de Riachão, Rua Nova, Braga e Cachoeirinha deixaram a lista de localidades que estão em racionamento.

Colapso
As chuvas no Brejo e Litoral do estado são previsíveis para essa época do ano, conforme a Aesa. Essas precipitações, no entanto, não chegam às demais regiões do da Paraíba e a maior parte dos 223 municípios da Paraíba continua sofrendo com o nível baixo dos reservatórios.

Em pelo menos 39 localidades os açudes secaram e o abastecimento entrou em colapso. A população dessas áreas vêm sendo abastecida somente através de carros pipas.

Em outras 71 localidades, incluindo cidades e distritos, está ocorrendo racionamento de água; e em outras 35 localidades, a população está em atenção para economizar.

De acordo com a Cagepa, se não houver melhora nos níveis dos mananciais, a Companhia irá adotar um racionamento preventivo com o objetivo de evitar o colapso em mais locais do estado.
Portalcorreio

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