Vereadores campinenses cobram soluções para crise na UEPB
Publicado em 7 de abril de 2017Preocupada com a crise econômica enfrentada pela Universidade Estadual da Paraíba, a Câmara Municipal de Campina Grande, atendendo a propositura dos vereadores Alexandre do Sindicato, Márcio Melo e Renan Maracajá, realizou uma audiência pública para discutir o sucateamento e indicativo de greve da instituição. A audiência aconteceu no Plenário da Casa, na manhã dessa quarta-feira (05). Um documento com as reivindicações da UEPB e comunidade acadêmica, além das possíveis soluções para o impasse administrativo e financeiro, será encaminhado ao Governo do Estado.
O vereador Alexandre do Sindicato, um dos propositores da audiência, destacou a história da UEPB ao longo dos 30 anos de estadualização e firmou o compromisso da Casa com a instituição e com os que fazem parte dela. “A Casa se reúne para discutir e tem interesse em trazer soluções. Nós temos um compromisso com a UEPB e com a sua história. É impossível um país democrático ficar sem educação e vamos nos unir com os servidores e toda comunidade estudantil para não deixar a UEPB sozinha nessa luta”, disse.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior da Paraíba da Universidade Estadual da Paraíba (Sintespb/UEPB), Fernando Borges, explicou o orçamento disponibilizado para UEPB e revelou os obstáculos impostos para realização de reuniões com o Governo do Estado. “Já protocolamos nesses seis anos vários pedidos de audiência com o Governo do Estado e não fomos atendidos em nenhum deles. Isso afeta a comunidade, os trabalhadores e todos os alunos”, declarou.
Em explicação aos cortes orçamentários da UEPB, o reitor Rangel Júnior esclareceu as dificuldade em administrar a instituição sem ter acesso ao repasse financeiro por parte do governo estadual. “A UEPB é uma máquina enxuta e os números estão disponíveis no Portal da Transparência. A nossa única reivindicação é que a Lei Orçamentária Anual 2017 seja respeitada e haja a reposição financeira para termos os recursos dos custeios a partir desse repasse. A UEPB não é do governo, é da Paraíba e do povo”, manifestou.
Ao final da audiência os presentes definiram que será elaborado um documento para enviar ao governador Ricardo Coutinho, Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados, senadores paraibanos e Ministério Público. O objetivo é mobilizar os órgãos responsáveis para manter a UEPB com sustentabilidade e qualidade suficiente para preservar os serviços essenciais prestados e compromissos com a comunidade acadêmica, garantindo o repasse do orçamento anual.
Presenças
Para discussão do tema esteve presente o reitor da UEPB Antonio Guedes Rangel Júnior, representantes do Sintespb/UEPB, Associação dos Docentes da UEPB (ADUEPB), Centro de Ciências e Tecnologia da UEPB (CCT-UEPB), Pró-Reitorias da UEPB, Diretório Central dos Estudantes (DCE), Centro Acadêmico, Movimento Resiste UEPB, servidores e estudantes da UEPB, Levante Popular da Juventude, FIEP, vereadores da Casa de Félix Araújo e população campinense.
História
Em 1966 surgiu a Universidade Regional do Nordeste (FURNE), criada por uma lei municipal em março de 1966. Após sete anos, em 1973, obteve autorização do Conselho Estadual de Educação, através da Resolução Nº 17/1973, para o seu funcionamento.
Quando a lei 4.977 foi sancionada, no ano de 1987, a URNe foi estadualizada e transformada em Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), mediante luta da comunidade acadêmica por esse processo.
Com 51 anos de história, os 30 anos de estadualização da UEPB é celebrado em 2017 e também é comemorado 12 anos de autonomia financeira da instituição, que oferece atualmente 84 cursos distribuídos entre os oito campi no Estado da Paraíba.