Relatório não descarta participação de terceiros no desaparecimento do voo MH370, que sumiu em 2014
Publicado em 30 de julho de 2018![](https://rededenoticias.com/wp-content/uploads/2018/07/relatorio2.jpg)
O relatório de uma investigação independente divulgado pelas autoridades da Malásia nesta segunda-feira (30) não descarta a participação de terceiros no desaparecimento do voo MH370 da Malaysia Airlines.
Os investigadores não chegaram a nenhuma conclusão sobre o que aconteceu a bordo da aeronave que desapareceu com 239 pessoas a bordo, em 8 de março de 2014. Acredita-se que o avião, que decolou de Kuala Lumpur com destino a Pequim, mudou de rumo e caiu no sul do Oceano Índico. A aeronave não foi encontrada.
A equipe internacional, composta por 19 representantes de oito países, afirma que não há evidência de comportamento anormal ou de estresse dos dois pilotos.
“Não podemos descartar a interferência ilegal de terceiros”, como alguém que poderia ter mantido os pilotos como reféns, declarou o chefe da investigação Kok Soo Chon, que apresentou o relatório.
Porém, Kok Soo Chon observou que nenhum grupo afirmou ter sequestrado o avião e que não foi feita nenhuma exigência de resgate, o que agrava o mistério. Kok disse que cabe à polícia investigar.
Especialistas acreditam que alguém desligou o transponder do MH370 propositalmente e depois o desviou para o Oceano Índico. A última comunicação do avião foi do capitão Zaharie Ahmad Shah, que se despediu dizendo “Boa noite, malaio três sete zero” quando a aeronave deixou o espaço aéreo da Malásia.
Um relatório final de 440 páginas divulgado pelo Escritório Australiano de Segurança na Aviação (ATSB) no ano passado mostrou que Zaharie fez uma rota em seu simulador de voo doméstico seis semanas antes que foi “inicialmente semelhante” àquela de fato seguida pelo MH370.
Um relatório forense da polícia malaia já havia concluído não ter havido atividades incomuns além de simulações de voo ligadas a videogames.
Importância de localizar a aeronave
O relatório divulgado nesta segunda afirma ainda que não é possível determinar a causa do desaparecimento da aeronave e que a resposta só poderá ser conclusiva quando os destroços e as caixas-pretas forem localizados.
“A reposta só pode ser conclusiva se os destroços forem encontrados”, disse Kok Soo Chon.
A equipe também ressaltou que informações não são suficientes para determinar se a aeronave se rompeu no ar ou durante o impacto com a água.
Fragmentos de destroços espalhados pelas praias africanas e ilhas do oceano Índico indicavam um trecho onde o avião provavelmente caiu, mas não conseguiu identificar um local exato.
Em depoimento à agência Efe, familiares de passageiros chineses do voo rejeitaram o relatório. “Isto é uma conspiração política”, afirmou Zhang Yongli, pai de uma das passageiras.
“O relatório é sobre o processo de busca, mas não fala das pessoas e nem do avião, e não queremos conhecer o processo de busca, só queremos saber onde estão nossos parentes”, insistiu o homem.
Buscas
Em 29 de maio, a Malásia cancelou uma busca de três meses da empresa norte-americana Ocean Infinity, que vasculhou 112 mil quilômetros quadrados do sul do Oceano Índico sem fazer nenhuma nova descoberta relevante.
Tratou-se da segunda grande busca, já que Austrália, China e Malásia encerraram uma operação infrutífera de 147,06 milhões de dólares em uma área de 120 mil quilômetros quadrados no ano passado.
O relatório da equipe internacional não responde às principais perguntas dos familiares dos desaparecidos e só fornece detalhes à documentação divulgada em março.
Kok ressaltou que este não é um relatório final. “Não encontrámos a fuselagem. Não encontrámos vítimas. Como pode ser o relatório final?”, explicou o chefe da investigação.
O governo da Malásia disse que está aberto para retomar as buscas se surgirem evidências confiáveis da localização da aeronave.
G1