Mancha Verde vence em SP com enredo sobre guerreira africana
Publicado em 7 de março de 2019![](https://rededenoticias.com/wp-content/uploads/2019/03/manchaVerde3-1024x682.jpg)
A Mancha Verde levou para a avenida a história de uma princesa africana que foi trazida para o Brasil contra a vontade dela e se tornou uma guerreira contra a escravidão.
Foi contando a história de uma princesa negra que a Mancha Verde chegou ao seu primeiro título de campeã.
A comissão de frente já anunciava a África como inspiração do carnavalesco Jorge Freitas, para cantar a saga de Aqualtune, uma princesa do Congo que, escravizada no Brasil, se tornaria uma guerreira da liberdade.
O gigantesco carro abre-alas retratou Oxalá, o maior dos orixás, e outras riquezas africanas. Além dele, fantasias luxuosas foram enchendo os olhos do público. Vinte alas e cinco alegorias passearam por momentos da história, como conquistadores portugueses que exploraram a África. Componentes de vermelho lembraram o sangue derramado pelos escravos.
O público viu imagens fortes. A escola colocou atores para encenar a tortura sofrida pelos negros e que não poupava nem as grávidas.
As 70 baianas da Mancha giravam com plumas na cor da escola e saias de palha. Eram as sacerdotisas do continente, responsáveis pela proteção espiritual.
Os 200 ritmistas desfilaram como guerreiros africanos. Mestre Maradona inovou no recuo, usando plataformas para facilitar o trabalho dos comandantes da bateria.
Com 13 anos de reinado, Viviane Araújo sentia que a escola vinha com tudo.
“A comunidade muito unida, cantando muito. Então, acho que isso tem um peso muito grande”, disse a rainha da bateria.
Durante o desfile, a escola foi ficando cada vez mais colorida, até chegar ao último carro, território de resistência e da liderança daquele que seria o neto da princesa negra, Zumbi dos Palmares, alegoria que vai ser doada ao Museu Afro Brasil.
E foi com confiança que os três mil componentes da escola encerraram a noite, que seria de vitória.
E a Mancha Verde faz uma grande festa nesta terça-feira (5) na quadra da escola para comemorar o título inédito.
Fotos: Fabio Tito/G1
G1