Governo Federal quer que Butantan lhe entregue todo o estoque de CoronaVac “imediatamente”. São 6 milhões de doses

Publicado em 16 de janeiro de 2021

O Butantan questionou o Ministério da Saúde nesta sexta-feira (15) sobre quantas doses da CoronaVac serão destinadas ao estado de São Paulo no Plano Nacional de Imunização. A vacina contra a Covid-19 é produzida pelo instituto em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
A pergunta foi enviada após a pasta ter emitido um ofício, na tarde desta sexta, solicitando a entrega “imediata” de todas as 6 milhões de doses prontas do imunizante que haviam sido importadas da China e estão em São Paulo.
A gestão João Doria (PSDB) estima que São Paulo tem direito a cerca de 1,5 milhão de doses – o cálculo é feito com base no tamanho da população do estado.
A CoronaVac foi adquirida do governo paulista pelo Ministério da Saúde, mas ainda é necessária a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que possa ser aplicada na população brasileira.
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) havia afirmado que a chegada ao Brasil de outra vacina, a de Oxford, vai atrasar até três dias. O imunizante será buscado na Índia, e a partida da aeronave – que deve buscar 2 milhões de doses adquiridas do laboratório Serum – estava programada para as 23h desta sexta (leia mais abaixo).
Neste domingo (17), a Anvisa vai analisar dois pedidos de uso emergencial de vacinas – justamente o da CoronaVac e o de Oxford/AstraZeneca.
Após reunião com o Ministério da Saúde nesta quinta-feira (14), prefeitos disseram que o ministro Eduardo Pazuello anunciou que a vacinação começará em todo o país no dia 20 de janeiro.

Pedido de entrega ‘imediata’ da CoronaVac
Sobre a solicitação de entrega imediata feita pelo Ministério da Saúde, o Butantan disse que “já enviou resposta perguntando à pasta federal qual quantitativo será destinado ao Estado de São Paulo”.
“Para todas as vacinas destinadas pelo instituto ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), é praxe que uma parte das doses permaneça em São Paulo, estado mais populoso do Brasil”, afirmou a instituição em nota.
“Isso acontece, por exemplo, com a vacina contra o vírus influenza, causador da gripe. Portanto, o instituto aguarda manifestação do Ministério também em relação às doses da vacina contra o novo coronavírus.”
A solicitação do envio imediato das doses da CoronanaVac foi feita em documento assinado pelo diretor do Departamento de Logística em Saúde, Roberto Ferreira Dias, e endereçado ao diretor do Butatan, Dimas Covas.
“Solicitamos os bons préstimos para disponibilizar a entrega imediata das 6 milhões de doses importadas e que foram objeto do pedido de autorização de uso emergencial perante a Anvisa”, diz o documento.
O documento do ministério acrescenta: “Ressaltamos a urgência na imediata entrega do quantitativo contratado e acima mencionado, tendo em vista que este ministério precisa fazer o devido loteamento para iniciar a logística de distribuição para todos os estados da federação de maneira simultânea e equitativa, conforme cronograma previsto no Plano Nacional de Operacionalização da vacinação contra a Covid-19”.

Atraso na busca de doses na Índia
Além da CoronaVac, a Anvisa aprovou, em 2 de janeiro, um pedido feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para importação excepcional de 2 milhões de doses da vacina produzida na Índia pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca.
A partida do avião estava programada para as 23h desta sexta-feira, do Recife para Mumbai.
Mas Bolsonaro afirmou que o voo deve atrasar. No fim da tarde desta sexta, após a declaração de Bolsonaro, a Azul informou que o voo foi adiado e disse que o avião voltará para Campinas (SP), base da companhia no Brasil.
A previsão é que, neste sábado (16), o avião leve cilindros de oxigênio para Manaus.

Doses da CoronaVac à disposição
Mais cedo, nesta sexta, Dimas Covas afirmou em coletiva de imprensa que 4,5 milhões de doses da CoronaVac já estavam à disposição do Ministério da Saúde.
“O Butantan já tem 4,5 milhões de doses rotuladas, prontas para serem entregues no centro de distribuição do Ministério da Saúde. Só estamos aguardando essa autorização do ministério para fazer esse encaminhamento”, afirmou.
“As cotas dos estados serão definidas possivelmente ainda na tarde de hoje. Definindo essa cota, o estado já vai imediatamente receber e encaminhar à Secretaria da Saúde.”
O governador João Doria afirmou que a cota referente ao estado de São Paulo permanecerá no estado para que a vacinação comece imediatamente após a aprovação da Anvisa. A gestão calcula que a cota destinada ao estado seja de cerca de 1,5 milhão.
“As vacinas de São Paulo ficarão em São Paulo e nós vacinaremos imediatamente. As vacinas que cabem ao Brasil serão encaminhadas ao Ministério da Saúde, esperando que o ministério faça chegar a vacina a todos os estados do país”, disse Doria
“São Paulo faz parte do Brasil, logo, nós temos uma parcela de 20% a 25% da população. Não faz sentido enviar vacinas para o Ministério da Saúde para depois o Ministério da Saúde encaminhar de volta a SP.”

Pedido de uso emergencial
A Anvisa vai analisar no próximo domingo, os pedidos de uso emergencial de duas vacinas contra a Covid-19 no Brasil:
No Brasil, o Butantan produz a vacina CoronaVac em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. A Fiocruz produz a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford (Reino Unido) e o laboratório AstraZeneca.
G1

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