Queimadas no Pantanal: veterinários explicam detalhes do resgate de animais
Publicado em 30 de outubro de 2024Nos últimos meses, as queimadas devastadoras no Pantanal, especialmente no estado do Mato Grosso, atingiram proporções alarmantes.
As chamas, alimentadas pela seca extrema e pela ação humana, já destruíram vastas áreas do bioma, impactando gravemente a fauna local.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 10% do Pantanal já foi consumido pelo fogo, colocando em risco inúmeras espécies de animais. Com a vegetação destruída e os recursos naturais escassos, os animais silvestres sofrem com queimaduras, desidratação e a falta de alimento.
Por isso, veterinários e voluntários têm atuado na linha de frente, resgatando e tratando esses animais, numa verdadeira corrida contra o tempo.
A situação atual do Pantanal
O Pantanal é um dos maiores ecossistemas do mundo, mas vem enfrentando um aumento significativo de queimadas, especialmente durante os períodos de seca. As mudanças climáticas, associadas ao desmatamento e à expansão agrícola, têm contribuído diretamente para o agravamento do quadro.
Com isso, a falta de chuvas prolongadas transforma a vegetação em combustível para os incêndios, que se alastram rapidamente, dificultando o combate. Já foram identificadas também práticas ilegais, como a queima de áreas para a limpeza de terrenos, que agravam ainda mais a situação.
Como os animais foram encontrados?
Muitos dos animais resgatados têm sido encontrados em estado de extrema vulnerabilidade. A maioria dos casos envolve queimaduras nas patas, desidratação severa e exaustão.
No caso de animais mais ágeis, como a onça-pintada, estes ainda conseguem fugir do fogo, mas sofrem com as consequências indiretas, como a destruição de seu habitat e a escassez de alimentos. Já espécies menos móveis, como répteis e anfíbios, têm sido os mais afetados.
O veterinário Felipe Coutinho explicou que, nos primeiros socorros, a maioria dos animais resgatados apresenta ferimentos superficiais, mas, em casos mais graves, como queimaduras profundas ou desidratação extrema, a intervenção é imediata, algo que descreveu “Se deparar com cenas de animais mortos ou em situações em que não conseguem sair da área é bem triste.”
Eduarda Fernandes Amaral, é guia de ecoturismo e atuou na região, destacando a complexidade do problema: “Os bichos não ficam parados. Eles vão atrás da água. Quando a mata é fechada, eles não têm muito para onde correr e acabam ficando desorientados.” O que torna o resgate dos animais uma tarefa árdua e urgente.
A união de profissionais para o resgate
O esforço para salvar os animais do Pantanal envolve uma rede de profissionais dedicados, incluindo veterinários, biólogos, guias locais e voluntários. Equipes de resgate percorrem as áreas afetadas para identificar animais em perigo, prestando os primeiros socorros e transportando eles para postos de atendimento emergencial.
Jorge Aparecido Salomão Jr., veterinário voluntário, falou da importância do trabalho colaborativo: “Nós patrulhamos a região das queimadas em busca de animais feridos e espalhamos água e comida nas áreas afetadas.” Como pode ver, a ajuda não se limita apenas ao resgate físico dos animais; há também um grande esforço para fornecer fontes de água e alimentos, essenciais para que os animais possam se reidratar e sobreviver até que o ambiente natural se recupere.
Voluntários envolvidos no resgate
A participação dos voluntários é crucial para o sucesso dessas operações, e pessoas de diferentes partes do Brasil têm se deslocado até o Pantanal para colaborar nas ações de resgate.
Profissionais como a estudante de veterinária Helena Aimeé Santos Lima, que se juntaram ao esforço voluntário para ajudar no atendimento de animais feridos. Ela descreveu as dificuldades que a equipe enfrenta diariamente: “A fumaça dificulta a respiração e a comunicação entre as equipes, mas a gente faz o que pode.”
Além dos voluntários individuais, ONGs, como a Ecotrópica e a Ampara Animal, estão envolvidas diretamente no resgate e na manutenção de pontos de alimentação e água para os animais. Um trabalho contínuo fundamental, pois, mesmo após as chuvas, a regeneração das áreas afetadas levará tempo.
A importância da conscientização
Enquanto as equipes de resgate trabalham incansavelmente para salvar a fauna do Pantanal, é necessário que a sociedade se envolva na conscientização e prevenção das queimadas.
A recuperação completa das áreas afetadas pode levar décadas, por isso, iniciativas de conscientização e educação ambiental são cruciais para evitar que tragédias como essa se repitam.
Formas efetivas de ajudar a preservação do bioma é aumentar as denúncias sobre focos de incêndio e apoiar as campanhas de doação. Além disso, é fundamental que se incentive o treinamento de profissionais capacitados para atuar em situações de emergência e resgate de animais em desastres ambientais.
O trabalho de resgate no Pantanal é desafiador e vital para a preservação da fauna local. Veterinários, biólogos e voluntários estão unidos em um esforço sem precedentes para salvar os animais afetados pelas queimadas e a conscientização da população é um passo essencial para evitar novas tragédias e apoiar tais ações.
Para os interessados em se capacitar e atuar em iniciativas como essas, existem CURSOS VETERINÁRIOS que oferecem o preparo necessário para lidar com situações de resgate e atendimento a animais silvestres em momentos críticos. Dessa forma, cada vez mais profissionais poderão contribuir para a proteção e recuperação do nosso meio ambiente.
Fonte: SEO Marketing