‘A intolerância tirou mais uma vida’, diz Lula sobre assassinato de petista por bolsonarista no MT

Publicado em 10 de setembro de 2022

O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, lamentou, na tarde desta sexta-feira (9), o assassinato, a facadas, de um simpatizante petista durante discussão com um bolsonarista em Mato Grosso.
De acordo com o delegado responsável pela apuração, o crime foi motivado por intolerância política.
Segundo a Polícia Civil do MT, Rafael Silva de Oliveira, de 22 anos, que é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), desferiu ao menos 15 facadas e, depois, usou um machado para tentar decapitar Benedito Cardoso dos Santos, que tinha 42 anos e era apoiador de Lula.
O crime ocorreu em Confresa, cidade a cerca de 1 mil km de Cuiabá. A vítima e o autor trabalhavam juntos no corte de lenha para uma cerâmica em uma propriedade na zona rural de Confresa. Oliveira foi preso e deve ser transferido ainda nesta sexta para um presídio.
“É com muita tristeza que soube da notícia do assassinato de Benedito Cardoso dos Santos, na zona Rural de Confresa. A intolerância tirou mais uma vida. O Brasil não merece o ódio que se instaurou nesse país. Meus sentimentos à família e amigos de Benedito”, disse Lula por meio de uma rede social.
A morte de Santos ocorreu dois meses após o petista Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos e pai de quatro filhos, ser morto a tiros por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro, Jorge José da Rocha Guaranho, em Foz do Iguaçu (PR).
Arruda comemorava o seu aniversário com temática do PT em uma associação esportiva da cidade, quando Guaranho entrou com seu carro no local gritando “Aqui é Bolsonaro”. Após discussão, o bolsonarista baleou Arruda, que morreu após ser socorrido.
A Polícia Civil do Paraná concluiu inquérito e não houve motivação política para o crime e o indiciou por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e causar perigo comum. Em 10 de agosto, Guaranho recebeu alta hospitalar e posteriormente foi preso e levado para penitenciária de São José dos Pinhais.

Episódio ‘gravíssimo’
Lula também comentou o crime em uma coletiva de imprensa nesta sexta, no Rio. O candidato do PT disse esperar que a polícia e a Justiça Eleitoral investiguem o episódio e classificou-o como “gravíssimo”.
“Isso é gravíssimo. Espero que a polícia esteja atenta e a própria Justiça Eleitoral para ver se isso tem ordem, para ver se isso tem orientação, para ver se isso é uma estratégia de política”, afirmou.
O petista disse ainda que casos de violência política têm virado “rotina” e que uma “sociedade civilizada não precisa ter isso”.
“Não é a primeira campanha que a gente participa. Nunca teve violência. Nunca teve violência. Por que qual é a orientação nossa? Terminou os comícios, vamos para as casas”, disse.
“Não temos a cultura da violência, a cultura da ignorância política, a cultura da antidemocracia. Isso aconteceu agora. Isso aconteceu em 2018 e aconteceu agora. Não é da nossa parte. […] Da nossa parte, o que nós queremos é uma campanha de paz”, acrescentou.

O crime no MS
Rafael foi levado à delegacia, onde confessou o crime. Ele relatou que, durante a discussão, a vítima lhe deu um soco e pegou uma faca. Ele, então, partiu para cima da vítima e tomou para si a arma branca.
Ainda conforme a versão apresentada ao delegado, Benedito teria corrido e Rafael o perseguiu e começou a golpeá-lo pelas costas. A vítima teria ficado caída no chão e o autor, aproveitado para acertá-la com golpes no olho, pescoço e testa. Segundo o delegado, o autor disse que foram ao menos 15 golpes.
De acordo com o delegado, Rafael foi até um barracão pegar um machado, foi até Benedito, que ainda estava vivo, e o acertou no pescoço.
Após o crime, o autor procurou atendimento médico em uma unidade de saúde do município com cortes na testa e na mão. Ele alegou que tinha sido vítima de uma tentativa de roubo.
O suspeito foi, então, levado para a delegacia para prestar depoimento e, segundo a polícia, confessou o crime.
G1

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