Alcolumbre promete apoio ao governo, mas defende independência do Senado: “governo terá sua agenda totalmente respeitada”

Publicado em 2 de fevereiro de 2025

O novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), afirmou neste sábado (1) que a Casa “vai ajudar” a agenda do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas destacou que os senadores terão autonomia para debater e influenciar as decisões do Executivo. As declarações foram feitas após a eleição que garantiu a Alcolumbre o comando do Senado pelos próximos dois anos. O congressista recebeu 73 dos 81 votos.
“A agenda que foi eleita na última eleição foi a agenda apresentada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nenhum senador, nenhuma senadora tem a autoridade de atrapalhar a agenda do governo”, declarou Alcolumbre. Ele, no entanto, enfatizou que o Legislativo terá voz ativa no debate das propostas. “O governo terá sua agenda totalmente respeitada, aliás, nós vamos ajudar na agenda do governo no que couber ao Parlamento. Mas queremos o direito de dizer: nós concordamos com isso ou não concordamos com aquilo”, acrescentou.
A eleição de Alcolumbre representa uma mudança na postura do Senado em relação ao Palácio do Planalto. Enquanto Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seu antecessor, manteve alinhamento com o governo Lula, Alcolumbre tem sinalizado uma postura mais independente. Sua candidatura recebeu apoio tanto do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, quanto do PT, o que reflete a busca por uma gestão de consenso.
Ao discursar após a vitória, o novo presidente do Senado afirmou que seu objetivo é “trabalhar em coesão” tanto com o governo quanto com a oposição. Ele reforçou a importância do respeito à divergência de opinião e defendeu a necessidade de fortalecer o diálogo entre diferentes espectros políticos.
“Vamos trabalhar lado a lado, apoiando a agenda do governo e a agenda do Brasil, mas também garantindo a independência e a autoridade dos senadores que pensam diferente. Cada parlamentar, com sua expertise, pode contribuir com o país”, declarou.
Alcolumbre criticou a falta de espaço para o debate político respeitoso e disse querer atuar como um mediador. “Quero ser uma ponte. Infelizmente, percebo que as pessoas estão destruindo pontes e ficamos sem um canal de diálogo. Precisamos sentar à mesa com civilidade, ouvir opiniões contrárias sem agredir, sem ofender, sem atacar. Ao contrário, podemos sugerir, melhorar e orientar para que as coisas aconteçam da melhor maneira possível”, afirmou.
O presidente do Senado também ressaltou que a Casa não será apenas uma instância de validação das propostas vindas do governo. “Vamos apoiar as coisas certas, corrigir erros e ajudar o Executivo no que for possível. Mas o Legislativo tem o direito de imprimir e empreender sua própria agenda, com participação efetiva. Não estamos aqui apenas para dizer sim ou não”, concluiu Alcolumbre.

Foto: Agência Brasil
Brasil 247

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