Análise: Bahia de Doriva encurta espaços e ataca bem pela direita

Publicado em 26 de janeiro de 2016

dorivaAinda é cedo para tirar conclusões definitivas, mas o Bahia versão Doriva deixou uma impressão boa no amistoso contra o Santos disputado na tarde do último sábado, na Arena Fonte Nova. O placar do jogo, um 2 a 2 decidido no último momento com gol dos paulistas nos acréscimos, foi o menos importante: para duas equipes em pré-temporada, foi um duelo movimentado, com bastante intensidade e volume de jogo de lado a lado.
Analisemos, primeiro, o esquema tático escolhido pelo técnico do Bahia. Assim como nos treinos, Doriva montou o Bahia no 4-1-4-1, o propagado “esquema da moda”, utilizado no Brasil com muita eficiência pelo campeão brasileiro, o Corinthians do técnico Titi. Nesse desenho, Paulo Roberto é o homem que fica entre as duas linhas de quatro, com função quase exclusiva de marcação, embora ele tenha se arriscado no ataque em uma oportunidade. À sua frente, temos Edigar Junio aberto na ponta esquerda, Luisinho na direita, e Juninho (esquerda) e Danilo Pires (direita) jogando mais por dentro. Na frente, Hernane Brocador.
Esse esquema funcionou bem, sobretudo na hora de se defender. O espaço entre as linhas era curto, dificultando as investidas ofensivas do adversário. Em diversos momentos, os jogadores santistas rodavam a bola no ataque e, sem encontrar espaços, acabavam recuando. O jeito que a equipe de Dorival Jr. encontrou de furar esse bloqueio foi arriscando de longa distância. Em chute de extrema felicidade, Serginho empatou a partida já nos acréscimos. Serve de alerta.
Repare na imagem abaixo como o Bahia encurta o espaço e dificulta a vida do Santos, que precisa de paciência para rodar a bola. Todos os jogadores alvinegros são vigiados de perto no 4-1-4-1 tricolor.
O esquema adotado por Doriva não é fixo. O 4-1-4-1 se transforma em um 4-2-1-3 em alguns ataques do Bahia. Danilo passa a fazer a linha de volante com Paulo Roberto, enquanto Juninho centraliza e fica responsável pela armação das jogadas. Vale destacar, por sinal, a boa partida que fez o jogador. Apesar de ter deixado claro que prefere jogar como segundo volante, o jogador, que se destacou atuando pelo Macaé no ano passado, chamou o jogo, distribuiu bons passes e emendou um belo chute de fora da área que acertou o travessão. Juninho ainda apareceu na área e por pouco não marcou de cabeça.
Outro ponto que merece ser destacado é a virtude ofensiva do Bahia pelo lado direito do campo, aproveitando-se da velocidade de Luisinho e da boa chegada de Danilo Pires. Quando o lateral Hayner entrou no lugar do questionado Cicinho, a equipe cresceu ainda mais de produção e marcou duas vezes chegando pelo setor. É por ali, sem dúvidas, que Doriva deve investir. Mas é preciso encontrar um equilíbrio para fazer com que a equipe jogue pelos dois lados, até para desafogar o jogo em determinados momentos da partida. Edigar Junio, que pode se sentir prejudicado por estar longe do gol, vai precisar se adaptar ao esquema.
Além de encurtar os espaços, o Tricolor também avançou a marcação em diversos momentos, pressionando a saída de bola e levando os santistas ao erro. Foi assim que nasceu o segundo gol da equipe de Doriva. Acuado, a zaga do Peixe rifou uma bola que foi parar com Hayner. O jovem lateral passou para Danilo Pires, que fez bela jogada individual e foi derrubado na área. Pênalti que o Brocador converteu – ele também havia marcado o primeiro.
Na imagem abaixo, é possível observar como o Bahia adianta a marcação e coloca o Santos em apuros. O jogador santista é apertado por nada menos do que quatro tricolores.
Doriva gostou tanto do desempenho dos seus jogadores que pediu a mesma intensidade no próximo domingo, quando o Bahia estreia no Campeonato Baiano, contra a Juazeirense. Aí será para valer.
– Próximo jogo é oficial, valendo três pontos. Essa intensidade tem que ser repetida, temos que fazer isso durante os 90 minutos, para conseguir a vitória. Estamos no caminho certo. Esse jogo vai servir de parâmetro para correções. Nós demonstramos uma maturidade e uma personalidade para jogar com uma equipe do porte do Santos. Na sequência, temos adversários do Nordeste, mas de alto nível. Equipe tem que estar preparada para isso – ponderou Doriva.
Globoesporte

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