Ao menos 12 mortos em atentados em Teerã reivindicados pelo Estado Islâmico

Publicado em 7 de junho de 2017

mortes12O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou os primeiros atentados em Teerã, onde homens armados e suicidas atacaram nesta quarta-feira o Parlamento e o mausoléu do aiatolá Khomeini, ações que deixaram ao menos 12 mortos e mais de 30 feridos.
Os atentados cometidos de modo quase simultâneo contra dois locais altamente simbólicos não têm precedentes na capital iraniana.
Os ataques demoraram várias horas e prosseguiram até o meio da tarde.
A polícia informou que todos os terroristas foram abatidos por volta das 15H00 (7H30 de Brasília), quase cinco horas depois do início dos ataques.
O serviço de emergências iraniano anunciou a morte de ao menos 12 pessoas nos dois ataques e 39 feridos.
O ministro do Interior, Abdolreza Rahmani Fazli, convocou uma reunião urgente do conselho nacional de segurança, de acordo com agência ISNA.
“Combatentes do EI atacaram o mausoléu Khomeini e o prédio do Parlamento em Teerã”, afirmou a agência Amaq, o órgão de propaganda do grupo jihadista, mencionando dois atentados suicidas.
O grupo extremista divulgou ainda um vídeo dos criminosos dentro do Parlamento, um tipo de reivindicação inédita.

Disfarçados de mulher
O ataque começou quando quatro pessoas invadiram a sede do Parlamento, no centro da cidade, e uma delas detonou uma carga explosiva presa ao corpo.
Os criminosos estavam disfarçados de mulheres, segundo o vice-ministro do Interior, Hossein Zolfagari.
Durante o ataque, um dos agressores seguiu para avenida ao lado da Câmara dos Deputados e abriu fogo contra os transeuntes. As forças de segurança atiraram e o homem retornou para o edifício.
Apesar do ataque, os deputados não interromperam a sessão, comandada pelo presidente do Parlamento, Ali Larijani, que denunciou um ato de “terroristas covardes”.
Outro ataque coordenado aconteceu quando vários homens armados invadiram o mausoléu do aiatolá Ruhollah Khomeini, que fica a 20 km de distância, na zona sul de Teerã.
Um funcionário do mausoléu afirmou que “três ou quatro” pessoas entraram pelo acesso oeste do edifício e abriram fogo. Eles mataram um jardineiro e feriram várias pessoas.
Dois agressores – um deles uma mulher – detonaram cargas explosivas do lado de fora do monumento, segundo as agências de notícias.
As agências de notícias divulgaram nas redes sociais imagens dos ataques.
Uma das fotografias mostra uma cabeça decapitada, apresentada como a de um dos terroristas do ataque no mausoléu.
O Serviço Secreto informou que outro grupo de “terroristas” foi neutralizado em Teerã antes de passar à ação.
A Rússia, aliada do Irã no Oriente Médio, condenou os ataques e pediu uma “coordenação na luta antiterrorista”.
“Estes atos de terrorismo merecem a mais dura condenação. Os ataques demonstram a necessidade de coordenar a luta antiterrorista, sobretudo contra o Estado Islâmico”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Ameaças do EI contra o Irã
Esta é a primeira vez que o EI comete atentados em Teerã, onde os últimos ataques aconteceram nos anos 2000, executados em sua maioria pela organização armada Mujahedines do Povo.
O Irã, ao lado da Rússia, apoia o regime sírio em sua luta contra os grupos rebeldes e extremistas.
As forças de segurança iranianas anunciaram nos últimos dois anos que desmantelaram várias células do EI no país que planejavam atentados.
O EI divulgou em março um vídeo em persa no qual afirmava que o grupo iria “conquistar o Irã e devolvê-lo à nação muçulmana sunita”, provocando um banho de sangue entre os xiitas.
Apesar de alguns ataques em regiões próximas às fronteiras com Iraque, Afeganistão e Paquistão, executados por grupos jihadistas, entre eles o EI, os grandes centros urbanos do Irã haviam permanecido à margem deste tipo de violência até agora.
MSN

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