Artesã paraibana que mora na Ucrânia está desaparecida há duas semanas

Publicado em 17 de março de 2022

A família da paraibana Silvana Pilipen está procurando a artesã que mora em Mariupol, na Ucrânia. A cidade está sendo atacada pelo exército russo. O último contato dela foi no dia 3 de março, quando disse que a cidade estava começando a ser atacada e sofria com quedas de energia. Desde então, a família não consegue mais contato com ela.
O g1 tentou entrar em contato com o Itamaraty, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
Silvana é casada há 26 anos com o ucraniano Vassili Pilipen, capitão da marinha mercante. Eles se conheceram em uma festa em Santos, em São Paulo, e, depois de dois meses, se casaram na Paraíba.
Em um vídeo enviado há duas semanas, segundo os parentes, Silvana explicou que a família não tinha como deixar a cidade. Ela estava abrigada no apartamento da sogra junto com o marido. Explicou que a cidade faz fronteira com a Rússia e não daria para sair por lá. A outra opção seria atravessar todo o território do país para sair por outra fronteira, mas essa opção não era viável.
Ela também relatou dificuldade em conseguir comida e de se locomover. Ainda, faltam de táxis e internet. A comunicação com a família estava sendo apenas por meio do celular usando dados móveis e a ela chegou a avisar que poderia perder o contato com os parentes do Brasil a qualquer momento, por conta dessas dificuldades.
Apesar disso, Silvana conseguia se comunicar todos os dias até 3 de março. Na ocasião, chegou a ligar para a família e, depois, não fez mais nenhum contato.
Maripuol tem cerca de 400 mil habitantes. Há alguns dias, uma tentativa de evacuar a população civil fracassou devido aos constantes bombardeios russos. Contudo, nesta terça-feira (15), o conselho municipal informou que dois mil carros particulares conseguiram deixar a cidade.
Segundo a sobrinha de Silvana, Maria Beatriz, o governo brasileiro só informa que há um grupo em um aplicativo de mensagem para que os brasileiros possam entrar em contato e, desse modo, pegar um trem para tirá-los da Ucrânia pela Polônia e, depois, pegar um voo para o Brasil. Mas os cidadãos brasileiros precisam de internet para conseguir entrar em contato. Não há uma equipe específica dentro do país para retirar os brasileiros.
A família acompanha grupos internacionais em busca de informações sobre bombardeios na rua em que ela estava, mas não conseguiu obter informações até o momento.
A mãe de Silvana, Dona Antônia, tem esperanças de encontrar a filha: “Se ela tivesse morrido ela teria vindo me dar um aviso, ela tinha vindo me dá um abraço”.
Os familiares também entraram em contato com a embaixada do Brasil e com a Frente Brazuca para pedir notícias, mas também não obteve sucesso.
Ainda, segundo a família, o filho de Silvana está a trabalho em Taiwan e tentará entrar na Ucrânia em breve para procurar por notícias da mãe.
Mariupol
Mais de 2.500 moradores da cidade portuária do Mar Negro de Mariupol, na Ucrânia, foram mortos desde que a Rússia invadiu o país em 24 de fevereiro. A informação é do conselheiro presidencial Oleksiy Arestovych numa entrevista televisionada na segunda-feira (14).
Mariupol está sob cerco do exército russo desde o dia 28 de fevereiro, sem fornecimento de água, energia e gás para aquecimento.
Ela é uma cidade estratégica porque, ao ser dominada, quebra-se o fornecimento de provisões do exterior para a Ucrânia via mar.
Foto: Beatriz Vicente/Arquivo pessoal
G1

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