BLOCO DO JACARÉ: desfile esse ano foi teste para trocar trio elétrico por freviocas

Publicado em 28 de fevereiro de 2020

Após 10 anos de existência e resistência o bloco Jacaré do Açude Velho se prepara para mudar seu formato estrutural. E mesmo praticamente ninguém na multidão estimada em 30 mil pessoas que prestigiou a agremiação na terça-feira de carnaval ter entendido nada, a mudança já começou. O presidente do bloco, Flávio Cândido Freire, em conversa exclusiva com a redação do REDEDENOTICIAS.COM, disse que a ideia de desfilar sem trio elétrico, o que desagradou quase de forma unânime os foliões, partiu da direção do próprio ´Jacaré´.
Flávio explicou que o desfile esse ano foi “uma espécie de teste, uma coisa embrionária” para a edição de 2021, quando o bloco deve apresentar muitas novidades. Uma delas, além de não mais sair com trio elétrico, o que já aconteceu esse ano, será a introdução de freviocas, seis no total, que serão empurradas lentamente na avenida, levando os músicos. “Nada será motorizado”, disse o presidente do ´Jacaré´.
Segundo ele, as freviocas seguirão pelo entorno do Açude Velho, cada uma a uma certa distância da outra, como se fosse uma espécie de mini Barra Ondina, na Bahia, onde os trios seguem um atrás do outro cercados pela multidão. “A ideia é deixar o povo no chão, junto com as freviocas, participando do bloco em todo o seu percurso, ao som de frevos, num resgate aos velhos carnavais, e ao mesmo tempo mantendo a tradição cultural da festa em Campina Grande. Com trio elétrico a festa lembra muito a Micarande e nossa proposta não é essa”, diz Flávio Cândido.
Além disso, a ideia de agregar bois de carnaval e outros pequenos blocos locais ao ´Jacaré´, como aconteceu agora, foi aprovada e deve continuar a partir do próximo ano. Esse ano pelo menos dois bois participaram do desfile, além dos blocos Rubacão da Socorro, Fuzaca do Gordo e Cinquentinha. Flávio concorda que a edição 2020 do Bloco do Jacaré foi a que reuniu mais gente e confessa que ficou até assustado com a multidão presente ao evento, que contou com uma boa estrutura de segurança, incluindo Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, SAMU, entre outros. “Foi um sucesso de público”, comenta.
Ele disse ainda que o bloco vai continuar mantendo a tradição de não ter corda de isolamento e também a proposta de unir culturalmente todas as agremiações carnavalescas locais, principalmente as que lutam e resistem pra continuar existindo, apesar dos vários problemas ano a ano, como as despesas financeiras por exemplo. Falando ainda em problemas ele comentou que o som instalado no palco onde várias bandas se apresentaram na concentração do bloco não pode ser usado com volume maior em virtude da Energisa e do Corpo de Bombeiros terem alertado sobre a capacidade da rede elétrica no local, que poderia não suportar. Muita gente reclamou, mas para prevenir problemas a potência dos equipamentos de som foi limitada.

VERBA PÚBLICA
Outro ponto que foi alvo de muitos comentários no desfile esse ano foi a ajuda de custo liberada pela Prefeitura Municipal de Campina Grande para o bloco na edição 2020. Flávio disse que realmente a quantia é pequena – R$ 7 mil Reais – e que o ´Jacaré´ ainda não recebeu. Ele explicou, entretanto, que já conversou com o prefeito Romero Rodrigues e o dinheiro vai ser liberado o mais breve possível. Para tanto a direção do bloco já está providenciando os documentos necessários para a liberação da verba e Flávio diz que isso deve amenizar um pouco a despesa da agremiação, que é grande. Por fim, ele lembrou que em 2019 o dinheiro não saiu, “mas agora, em 2020, já temos a garantia do prefeito que tudo será acertado”, concluiu.

Apolinário Pimentel

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