Bolsonaro disse não poder comentar o que falou com Trump sobre a Venezuela

Publicado em 20 de março de 2019

O presidente Jair Bolsonaro, após se reunir com Donald Trump e falar ao lado dele com a imprensa na Casa Branca, nesta terça-feira (19), deu nova entrevista, desta vez sozinho, e comentou como vê a possibilidade de uma intervenção militar na Venezuela, enfatizando que não pode detalhar o que conversou a respeito disso na reunião reservada que teve com Trump no Salão Oval da Casa Branca.
“Diplomacia em primeiro lugar, até as últimas consequências. Trump repetiu que todas as hipóteses estão na mesa. O que ele conversou comigo reservadamente, me desculpem, mas eu não poderia conversar com vocês”, afirmou a jornalistas, em Washington.
“Nós queremos resolver a situação porque o Brasil está sendo prejudicado e não nos interessa, nem a nós, nem a eles, que um país se perpetue na situação que se encontra a Venezuela”, completou.
Mais cedo, falando à imprensa ao lado de Trump, Bolsonaro disse que o Brasil está disposto ao “que for possível fazer para solucionar o problema da ditadura”.
“Discutimos a possibilidade de o Brasil entrar como grande aliado extra Otan. Há pouco, permitimos que alimentos fossem alocados em Boa Vista, capital de Roraima, por parte dos americanos, para que a ajuda fizesse presente. No momento, estamos nesse ponto. O que for possível fazermos juntos para solucionar o problema da ditadura da Venezuela, o Brasil estará a postos para cumprir essa missão, para levar liberdade e democracia ao país”, afirmou Bolsonaro.

Fim do socialismo
Nesse mesmo contexto, Trump defendeu que integrantes dos setores militares da Venezuela suspendam apoio a Nicolás Maduro. Ele também defendeu o fim do socialismo no continente americano.
“Pedimos aos integrantes dos setores militares da Venezuela que suspendam o apoio a Maduro, que não é nada além de uma marionete de Cuba. Os Estados Unidos e o Brasil apoiam o povo cubano, que sofre, e o povo da Nicarágua. Chegou a hora final do socialismo no nosso hemisfério. A última coisa que queremos nos Estados Unidos é o socialismo”, disse Donald Trump.
Bolsonaro defendeu o discurso de Trump e disse que as pessoas que acreditam no socialismo estão “abrindo a mente para a realidade”.
“Acredito piamente na reeleição de Donald Trump. […] A cada dia que passa, essas pessoas mais voltadas ao socialismo e ao comunismo vão abrindo a mente para a realidade. A fronteira da Venezuela com o Brasil foi fechada não para os brasileiros que apoiam o socialismo, mas para que os venezuelanos que apoiam a democracia não entrassem no Brasil”, afirmou o presidente brasileiro.

Crise e intervenção
A Venezuela vive uma longa crise econômica e política, com desabastecimento, hiperinflação, aumento nos indicadores de violências, entre outros problemas graves. O Brasil apoiou a iniciativa de Juan Guaidó de se autodeclarar presidente interino em substituição a Nicolás Maduro, que a oposição passou a considerar um usurpador após uma reeleição de lisura amplamente questionada. No entanto, os chavistas não aceitam diexar o poder e denunciam o movimento liderado por Guaidó como uma forma de interferência estrangeira.
O Brasil tem se posicionado a favor de uma solução diplomática para o problema, sem intervenção militar, inclusive compartilha do posicionamento do Grupo de Lima, que reúne países que defendem uma redemocratização da Venezuela, a favor de uma saída pacífica.
Foto: Brendan Smialowski / AFP
G1

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