Brasil é o 4º país do mundo em assassinatos de defensores dos direitos humanos e do meio ambiente
Publicado em 29 de março de 2023![](https://rededenoticias.com/wp-content/uploads/2023/03/BrasilDH4.jpg)
O relatório anual da Anistia Internacional, divulgado nesta terça-feira (28), cita o Brasil como o quarto país do mundo com o maior número de assassinatos de defensores de direitos humanos e do meio ambiente.
O levantamento aponta as piores formas de violação dos direitos humanos em 156 países. No Brasil, destaca as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Britânico Dom Philips, no Vale do Javari, em junho do ano passado.
O relatório também chama a atenção para os desastres climáticos e a falta de ação dos governos para reduzir os danos, principalmente sobre as comunidades mais pobres, como aconteceu em Petrópolis, no Rio, e na Região Metropolitana do Recife.
No Jardim Maravilha, no Rio de Janeiro, o nome já é uma contradição. Lá falta saneamento básico e quando chove tudo fica alagado. O relatório da Anistia Internacional cita o que se vê na vida desses moradores, não há políticas públicas suficientes para evitar situações como esta.
A dona Vânia mostra a casa com marcas de muitas enchentes. Cansada, ela decidiu se mudar para casa da filha, que fica no andar de cima.
“Me sinto muito abandonada aqui. Já pensei até em me mudar daqui, mas não tem nem pra onde ir, né? Tem que ficar aqui mesmo”, lamenta.
A Anistia ainda afirma que as vítimas de violência policial no Brasil, em 2022, foram principalmente jovens negros, moradores de periferias, e menciona chacinas em favelas do Rio e da Bahia.
“O racismo não foi enfrentado como deve. Os estados, os governos, os sistemas de justiça, o Congresso, não interpuseram ferramentas para proteger a vida das pessoas negras”, afirma a diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck.
Entre as vítimas de feminicídio, a maioria também era negra e, por 13 anos seguidos, o Brasil é o país com maior registro de homicídio de pessoas trans no mundo.
“É preciso que continuemos mandando uma mensagem para o governo federal, de que ele tem deveres a cumprir. Não importa quem foi eleito, importa é que a lei tem que ser cumprida e o governante deve ser o guardião dessa lei e desse direito”, diz Jurema.
Foto: JN
G1