Bruno Cunha Lima confirma distribuição grátis em Campina Grande de azitromicina e ivermectina para tratar Covid-19

Publicado em 27 de março de 2021

Remédios sem comprovação científica, como azitromicina, ivermectina e predsim, que compõem o chamado “kit Covid”, estão sendo distribuídos pela farmácia do Hospital Pedro I, de Campina Grande, a pacientes com sintomas leves da Covid-19. A medida desrespeita assim a recomedação de especialistas de saúde e de entidades como a Associação Média Brasileira (AMB), que recomendam o banimento desses produtos em pacientes infectados com o coronavírus e alertam para o risco das pessoas desenvolverem outras doenças graves. O mais curioso é que a distribuição dessas substâncias foi confirmada pelo próprio prefeito do município, Bruno Cunha Lima (PSD), que fez uma transmissão ao vivo na noite dessa sexta-feira (26) em frente à unidade hospitalar.

Procurada pelo G1, a Secretaria de Saúde de Campina Grande confirmou que existe um protocolo para distribuição de medicamentos a pacientes com sintomas de Covid-19 desde o ano passado, ainda na gestão anterior, mas ponderou que a palavra final é sempre do médico. Todas as unidades de saúde possuem os medicamentos azitromicina, ivermectina, predsim e cloroquina e é decisão dos médicos receitá-los ou não. A Secretaria informou ainda que os medicamentos são distribuídos gratuitamente e visam permitir o tratamento de quem não precisa de internação. Além disso, destacou que, de todos os remédios, a cloroquina é menos receitada que as demais drogas.

A transmissão do prefeito aconteceu por volta de 20h50. De máscara, em frente ao hospital, o prefeito Bruno Cunha Lima começou a falar sobre a situação da pandemia na cidade e mais precisamente no Pedro I, que é referência para o tratamento da doença na cidade. Em certo momento, começou a falar de diferentes áreas do hospital, como o laboratório, os consultórios, a farmácia. Foi quando se ateve à questão.

“Aqui na minha frente está a farmácia, para a dispersassão dos medicamentos. Você chegou aqui, identificado os primeiros sintomas, você já sai daqui com os medicamentos. Com a azitromicina, com a ivermectina, com o predsim… Enfim, com todos os remédios para você já fazer o tratamento ambulatorial desde os primeiros sintomas”, falou o gestor municipal em dado momento da transmissão.

Segundo a AMB, a azitromicina, a cloroquina e a ivermectina “não possuem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da Covid-19, quer seja na prevenção, na fase inicial ou nas fases avançadas dessa doença, sendo que, portanto, a utilização desses fármacos deve ser banida”. Sobre a predsin, médicos alertam que o corticóide só deve ser usado nos casos graves da doença. E que o seu uso em pacientes com sintomas leves podem ser prejudiciais e ter o efeito contrário, agravando o caso.

Além de confirmar a distribuição de medicamentos que podem agravar a doença, o prefeito defendeu também a abertura de templos religiosos, fechados na cidade por decreto do Governo da Paraíba. Segundo ele, a medida está em vigor a contragosto dele.

“Se fosse por mim, as igrejas não estariam fechadas. Estou nesta batalha. A igreja é um hospital de almas, é um hospital do espírito”, declarou.

VEJA O VÍDEO:

Foto: TV Paraíba/Aquivo

G1 PB

 

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