Caminhoneiros bolsonaristas bloqueiam estradas em vários estados. Presidente pede liberação de rodovias

Publicado em 9 de setembro de 2021

Um dia após os atos antidemocráticos de 7 de Setembro, caminhoneiros que são a favor do governo do presidente Jair Bolsonaro e contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) promovem manifestações e bloqueiam rodovias de 13 estados do país nesta quarta-feira (8), causando transtornos e atrasos em cargas.
Na maioria dos locais, apenas carros pequenos, veículos de emergência e cargas de alimentos perecíveis estão tendo o trânsito liberado pelos manifestantes.
No boletim das 22h30, o Ministério da Infraestrutura informou que, com base em informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), eram registrados pontos de concentração “com abordagem a veículos de cargas” em 13 estados. Outros três estados também registravam pontos de manifestações, mas os atos eram liderados por outros grupos.
Os estados com registro de manifestação eram: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia, Maranhão, Roraima, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Pará.
Em nota, o ministério informou que há apenas uma interdição de pista, no estado de São Paulo. A pasta também disse que “a região Sul concentra neste momento 55% das ocorrências registradas.”

Locais dos protestos
Em Santa Catarina, foram registrados pontos de bloqueio em cinco rodovias: BRs 282, 101, 116, 280 e 470. Na primeira delas, já não havia restrições às 16h desta quarta-feira.
No Rio Grande do Sul, eram registradas 11 mobilizações em nove rodovias federais e estaduais. No estado, uma manifestação de indígenas também prejudica o trânsito na BR 386. Neste protesto, o tráfego é interrompido e liberado a cada 30 minutos.
Na Bahia, os protestos aconteciam na BR-242, próximos às saídas de Luís Eduardo Magalhães e Barreiras.
No Maranhão, a manifestação ocorria na BR 230, próximo à saída da cidade de Riachão. Além de apoiar os atos do 7 de Setembro, os caminhoneiros no local também pedem a redução de impostos sobre o preço dos combustíveis.
No Tocantins, o bloqueio ocorria na BR-153, em Araguaína, no norte do estado. Os manifestantes permitiam apenas a passagem de veículos pequenos.
No Espirito Santo, há pontos de concentração de caminhoneiros nas rodovias BR-101, BR-262, BR-447 e BR-482, mas sem interdições.
No Triângulo Mineiro e Noroeste de Minas Gerais, caminhoneiros fecharam parcialmente algumas rodovias. De acordo com apuração feita pela TV Integração, atos estão ocorrendo em Araporã, Uberlândia, Uberaba e Paracatu.
Apenas caminhões estão parados e o trânsito de veículos leves está liberado. Não há registro de bloqueio total.
Além desses estados, houve registro de protestos também no Paraná, Mato Grosso e na região de Ourinhos, em São Paulo.

BOLSONARO GRAVA ÁUDIO COM PEDIDO PARA CAMINHONEIROS LIBERAREM ESTRADAS

O presidente Jair Bolsonaro gravou um áudio pedindo aos caminhoneiros que liberem as estradas do país. Na gravação, Bolsonaro diz que a ação “atrapalha a economia” e “prejudica todo mundo, em especial, os mais pobres”.
Um dia após os atos de 7 de Setembro, caminhoneiros que são a favor do governo Bolsonaro e contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) promovem manifestações e bloqueiam rodovias de 12 estados do país nesta quarta-feira (8).
“Fala para os caminhoneiros aí, que são nossos aliados, mas esses bloqueios atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação e prejudica todo mundo, em especial, os mais pobres. Então, dá um toque no caras aí, se for possível, para liberar, tá ok? Para a gente seguir a normalidade. Deixa com a gente em Brasília aqui e agora. Mas não é fácil negociar e conversar por aqui com autoridades. Não é fácil. Mas a gente vai fazer a nossa parte aqui e vamos buscar uma solução para isso, tá ok? E aproveita, em meu nome, dá um abraço em todos os caminhoneiros. Valeu”, disse o presidente na gravação.

Ministro faz apelo
Em vídeo publicado nas redes sociais, Tarcísio Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura, afirma que o bloqueio iria agravar a crise econômica:
“Essa paralisação ia agravar efeitos na economia, na inflação que ia impactar os mais pobres, os mais vulneráveis. Já temos hoje um efeito no preço dos produtos em função da pandemia. A inflação hoje também tem um componente internacional. E uma paralisação vai trazer desabastecimento, vai acabar impactando os mais pobres, os mais vulneráveis e prejudicando a população. A gente sabe que há uma preocupação de todos com a melhoria da situação do país, há uma preocupação de todos com a resolução de problemas graves. Mas a gente não pode tentar resolver um problema criando outro. E, principalmente, prejudicando os mais vulneráveis. Daí a preocupação do presidente da República. Então, peço a todos que ouçam, que escutem atentamente às palavras do presidente, que a gente tenha serenidade para pavimentar um futuro melhor.”
Foto: Luiza La Rocca/RBS TV
G1

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