Cara de clube grande: conheça o novo Centro de Treinamento do Americano

Publicado em 16 de outubro de 2015

Um dos capítulos mais importantes da narrativa do Americano, clube centenário de Campos dos Goytacazes, encontra-se prestes a ser iniciado de maneira oficial. A nova casa da equipe está praticamente pronta, por detalhes para abrir suas portas – resta apenas a adequação do sistema elétrico do complexo e a compra de um ou outro aparelho. Com uma área total de 192 mil m² (maior até que a da Granja Comary sozinha, ou da Gávea e das Laranjeiras juntas, por exemplo) e uma estrutura para lá de moderna, o Centro de Treinamento de Guarus emprestará cara de time grande à agremiação que, apesar de disputar a Série B do Carioca hoje em dia, já possui a história de um.
O espaço tem dois campos de futebol prontos, e o projeto prevê a construção de outro até 2017. São três vestiários equipados com banheiras de hidromassagem e tudo mais, alojamentos com capacidade para até 200 jogadores, academia, salão de jogos, enfermaria… Além de local de preparação para os jogos de agora em diante, o CT passará a ser também a nova sede social do Americano. Diretoria, marketing, departamento de futebol, fisioterapia: tudo funcionará ali.
– O Americano vai passar a ser uma referência a nível nacional. Porque está bem localizado, do lado do aeroporto, tem toda uma estrutura: campo de treinamento, alojamentos, refeitórios, sala de musculação, então, quer dizer, até para fazer uma pré-temporada a gente tem condições de receber qualquer equipe. Qualquer clube hoje que queira ter sua vida longa vai precisar ter uma estrutura dessa – se orgulha Luciano Viana, presidente do Americano.
preço: o maior patrimônio
Diante da estrutura moderna e dos inúmeros benefícios que virão junto com a construção, é de se imaginar, por consequência, que o Americano tenha esvaziado seus cofres. Na verdade, não foi bem assim: o clube não gastou sequer um tostão nas obras do novo Centro de Treinamento. Em contrapartida, o preço foi o seu maior patrimônio.
A Imbeg, empresa de Campos especializada em construções civis, custeou a edificação do início ao fim. Em troca, o clube cedeu à companhia o terreno onde ficava o Estádio Godofredo Cruz e onde ainda funciona a sede social alvinegra, uma área nobre da cidade – uma confraternização realizada há algumas semanas simbolizou o encerramento das atividades do Complexo Esportivo. Os planos da empresa, até onde se sabe, são de erguer uma grande unidade imobiliária naquele espaço.
– Por ter sido uma permuta, não foram feitos valores. Foi entregue uma área e, automaticamente, entregue à empresa um projeto de um complexo, dentro da necessidade que o Americano queria. A empresa ficou responsável por entregar esse patrimônio totalmente finalizado e em condições – explicou o presidente.
Como a negociação foi concluída em outubro de 2013, e as obras – tanto de demolição do Godofredo Cruz como de construção do CT de Guarus – começaram de imediato, o Americano passou os dois últimos anos sem uma casa para mandar seus jogos. Na Série B do Campeonato Carioca de 2014, por exemplo, o clube foi até Cardoso Moreira para jogar. Nesta temporada, o Goytacaz, seu maior rival, abriu as portas do Estádio Aryzão – assim, o Alvinegro viu seu acesso à elite do futebol do Rio de Janeiro bater na trave com uma eliminação já no Triangular Final da competição.
O fato de transformar o Americano em um andarilho, para Luciano Viana, era um sacrifício desnecessário, mas inevitável, já que o acordo foi assinado pelo então presidente César Gama.
– Acho que o Americano não tinha que estar passando por esse sacrifício, acho que o Americano ainda tinha que estar jogando aqui no Godofredo Cruz, e, consequentemente depois que estivesse pronto lá, a gente mudar. Mas foi feito antes da minha gestão, então a gente tem que cumprir – lamentou.

PRÓXIMO PASSO: ESTÁDIO
A prova de que o novo endereço centralizará toda e qualquer atividade do Americano daqui pela frente é o segundo passo e último passo dos planos do clube: construir ali um estádio. O processo ainda está em estágio embrionário, e a previsão inicial de conclusão é apenas para 2017. Mas o projeto existe e faz parte do acordo do clube feito com a Imbeg, que, assim como aconteceu com o CT, também custeará todas as obras.
A assessoria do Alvinegro informou que a capacidade do estádio, a princípio, será de 11 mil pessoas. Já segunda a Imbeg, somente 8 mil torcedores caberão, mas com “possibilidade de ampliação”. O presidente, por sua vez, falou em 10 mil – no entanto, fará de tudo para que a arena suporte um público total de 15 mil pessoas.
– A capacidade é de 10 mil, só que uma das laterais, de 100 metros, não tem arquibancada. Se fechar ali, vai para 15 mil. Então estou tentando fazer ali, até movimentando com o poder público, para que o estádio do Americano seja fechado, vá para 15 mil e tenha capacidade para trazer um jogo do Brasileiro, Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro e o Estadual. Consequentemente, o Americano vai passar a ser uma referência a nível nacional – encerrou Luciano Viana.
Globoesporte

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