Consumo de gás de cozinha diminuiu no 1º semestre e é o pior em nove anos

Publicado em 1 de setembro de 2022

O consumo de gás de cozinha no Brasil diminuiu 4,5% de janeiro a junho de 2021, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Observatório Social do Petróleo, que acessou informações da Agência Nacional do Petróleo (ANP) sobre GLP vendido em botijões de até 13 quilos. De acordo com o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), “neste primeiro semestre, o GLP foi vendido em média por R$ 110,36 (em valores deflacionados para julho de 2022), preço 40% superior à média real do restante da década verificada”.
A queda no consumo de gás foi resultado da política socioeconômica do governo Jair Bolsonaro (PL), que deu continuidade à retirada de direitos trabalhistas e, em consequência, uma parte da população não tem segurança jurídica e financeira para consumir. A gestão dele também fez a Petrobrás mudar a política de preços da empresa de acordo com as variações do dólar no mercado internacional.
Os brasileiros usaram 24 milhões de toneladas de lenha como fonte de energia nas residências em 2021. Foi o maior número desde 2009, segundo informações da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e divulgadas pelo Poder360 em junho de 2022. A fonte representou 26% da matriz energética residencial no ano passado. Só ficou atrás da eletricidade (45,4%).
O Observatório Social do Petróleo afirmou, nesta quarta, que as regiões Sul e Sudeste tiveram redução de 5,9% e 5,7% no consumo do gás de cozinha no primeiro semestre, respectivamente. Entre os estados brasileiros, Rio Grande do Sul e Minas Gerais foram os mais afetados, onde as vendas de botijões diminuíram quase 8%. No estado de São Paulo, a queda foi de 5,9% e no Rio de Janeiro, de 4,2%.
O economista Eric Gil Dantas afirmou que, “em 2021, o consumo de lenha foi o maior em mais de uma década, de acordo com levantamento da EPE (Empresa de Pesquisa Energética)”. “O cenário atual, lamentavelmente, é de mais lenha e menos gás. Nem o auxílio gás foi até agora suficiente para impedir esse retrocesso, o que mostra o tamanho do problema”, complementou.
Brasil 247

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