Coronavírus se espalha para a estação de pesquisa da Antártica

Publicado em 25 de dezembro de 2020

O novo coronavírus atingiu o continente antártico, que até então estava livre da Covid-19.
O Exército chileno registrou 36 casos na estação de pesquisa Bernardo O’Higgins, dos quais 26 em militares e 10 em trabalhadores da manutenção. Todos foram levados de volta para o Chile.
A notícia chega poucos dias depois que a Marinha chilena confirmou três casos em um navio que havia levado suprimentos e pessoal para a estação.
Isso significa que, agora, casos da Covid-19 já foram registrados em todos os seis continentes.
O navio Sargento Aldea chegou à estação de pesquisa em 27 de novembro e navegou de volta ao Chile em 10 de dezembro.
Três de seus tripulantes testaram positivo ao retornar à base naval chilena em Talcahuano.
A Marinha do Chile disse que todos os que embarcaram na viagem à Antártica fizeram testes de PCR e todos os resultados foram negativos.
A estação de pesquisa Bernardo O’Higgins é uma das quatro bases permanentes que o Chile tem na Antártica e é operada pelo Exército.
O Chile é o sexto país mais afetado da América Latina, com mais de 585 mil casos confirmados de coronavírus.
‘Nenhum país tem capacidade de tratar pessoas gravemente doentes’
O missão do Reino Unido na Antártica está reduzindo suas pesquisas por causa do coronavírus.
Em agosto, o país anunciou que apenas equipes essenciais retornariam ao continente após o inverno. Toda pesquisa de campo profundo foi adiada por um ano.
A missão britânica argumentou que não teria capacidade para tratar as pessoas que viessem a adoecer.
Por isso, após uma consulta a parceiros internacionais, decidiu adotar medidas rígidas para manter o coronavírus fora da região.
“Nenhuma nação tem instalações médicas para lidar com pessoas gravemente doentes”, explicou a cientista Jane Francis, diretora da missão.
“Todos estão tomando medidas de precaução muito duras para garantir que qualquer atividade na Antártica neste ano seja a mais segura possível.”

Desafio logístico
O principal desafio logístico é a incerteza em torno das rotas aéreas.
Muitos dos que vão para a Antártica a cada temporada de verão o fazem viajando de avião para a África do Sul, a Austrália/Nova Zelândia ou o Chile.
Dali, pegam um novo voo ou um navio para cruzar o oceano até o continente.
Mas, com os corredores aéreos interrompidos no momento, estes tradicionais pontos de partida para o continente antártico não estão operando como deveriam.
A pandemia do coronavírus atingiu o mundo em meados da temporada de verão de 2019/2020.
Tirar todo o pessoal temporário do continente e trazê-lo para casa também provou ser uma dor de cabeça logística — e obrigou alguns cientistas e técnicos a enfrentar longas esperas e quarentena.
Foto: Getty Images via BBC
G1

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