CUT boicota reunião com Temer e defende fim de imposto sindical

Publicado em 19 de julho de 2017

cutO presidente Michel Temer deve se reunir nesta semana com quatro centrais sindicais para discutir um mecanismo de financiamento alternativo à contribuição sindical, que acaba em novembro. A CUT, maior central sindical do país, não participará desse encontro.
Segundo o presidente da CUT, Vagner Freitas, a negociação tem o objetivo de enfraquecer o movimento sindical. “O que Temer e os empresários querem é enfraquecer o movimento sindical, alegando que ele existe só com por causa dos recursos públicos e que sindicato não é importante para a vida do trabalhador. Duas afirmações mentirosas.”
Diferentemente de outras centrais, a CUT é historicamente a favor do fim do imposto sindical. “Ele não ajuda na renovação nem na construção de um sindicalismo mais plural, mais arejado no Brasil”, diz o presidente da CUT.
As outras centrais defendem a regulamentação da contribuição assistencial, que hoje não é obrigatória e não pode ser cobrada de não-sindicalizados.
“Nós defendemos a substituição do imposto sindical por uma contribuição negocial aprovada pelos trabalhadores em assembleia, com piso e teto definidos e que, para existir, o sindicato tenha um percentual de associados pré-determinado, transparência nas contas, com realização de assembleias de prestação de contas, previsão orçamentária e que os trabalhadores tenham acesso às contas da entidade”, afirma Freitas.
O dirigente sindical afirma que não é verdade que nenhum sindicato consiga viver sem o imposto sindical. “Também é preciso lembrar que o Brasil tem de superar práticas antissindicais, fundamentalmente no setor público, que não tem direito a associação sindical.”
A UGT é uma das centrais que se reúne nesta semana com o governo para definir o teor da medida provisória que impõe limites a determinados pontos da reforma trabalhista.
Segundo o presidente da UGT, Ricardo Patah, o teor da MP será discutido no Congresso. “Vamos fazer uma única MP que será debatida com parlamentares para que tenha aprovação. Não adianta ter uma MP sem dialogar e chegar na hora H ela cair ou ser modificada.”
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) chegou a ameaçar não aceitar nenhuma MP em retaliação à tentativa de ressuscitar a contribuição sindical. O desafio das centrais é convencer o Congresso que a contribuição assistencial será diferente da sindical.
“Vai ser um formato baseado na regra de que negociado prevalece sobre o legislado. O percentual será definido em assembleia, que precisará ter um quórum mínimo obrigatório”, diz o presidente da UGT.
Em 2016, a contribuição sindical arrecadou cerca de 3,6 bilhões de reais. Até a reforma, 60% desse dinheiro vai para os sindicatos, 15% para as federações, 5% para as confederações, 10% para as centrais e 10% para o Ministério do Trabalho.
Equivalente a um dia de trabalho, a contribuição era descontada de todos os trabalhadores, sindicalizados ou não. A partir de novembro, quando a reforma trabalhista entra em vigor, ela deixa de existir.
MSN

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