Defendida pelo Brasil, criação do Estado Palestino avança em reunião de chanceleres do G20 com apoio dos EUA e EU

Publicado em 23 de fevereiro de 2024

Na reunião dos ministros das Relações Exteriores do G20, sediada no Rio de Janeiro, importantes avanços foram alcançados no que diz respeito ao delicado conflito entre Israel e Palestina. Uma unanimidade emergiu em torno da necessidade de estabelecer finalmente um Estado Palestino como parte fundamental do caminho em direção à paz no Oriente Médio.
O conceito de uma “solução de dois Estados” recebeu um forte respaldo durante as discussões entre os chanceleres, com representantes de 30 países e 15 organizações internacionais apoiando vigorosamente essa abordagem, segundo o Estado de S. Paulo. Este amplo apoio foi destacado pelos representantes dos Estados Unidos, Antony Blinken, e da União Europeia, Joseph Borrell, ambos concordando com a necessidade de reconhecer a soberania palestina sobre seus territórios.
O presidente Lula (PT), em reunião prévia com Blinken, também expressou sua concordância com a necessidade de estabelecer o Estado Palestino. Este consenso foi amplamente elogiado como o maior avanço diplomático nas discussões geopolíticas do G20 no Rio.
Joseph Borrell enfatizou a importância de encaminhar essa questão para a Assembleia Geral da ONU e o Conselho de Segurança, sugerindo uma ação concreta nesse sentido. Ele ressaltou que, embora possa haver discordâncias em outros assuntos, a necessidade de uma solução de dois Estados para o conflito Israel-Palestina é uma visão compartilhada. “Caros ministros, podemos discordar sobre a Ucrânia, mas concordamos sobre a necessidade de uma solução de dois Estados para o conflito Israel-Palestina. E se há um consenso de que apenas uma solução de dois Estados resolverá este conflito – conflito demasiado duradouro -, então precisamos redobrar os nossos esforços para implementar esta solução”.
O chanceler britânico, David Cameron, também sinalizou a disposição de Londres em reconhecer oficialmente o Estado da Palestina na ONU, destacando isso como um passo crucial e irreversível para encerrar o conflito em curso no Oriente Médio.
Além disso, foi discutida a importância de fortalecer as instituições palestinas como parte de um plano abrangente, com ênfase na diversificação de relações diplomáticas na região, incluindo a normalização das relações entre Israel e países árabes como a Arábia Saudita.
O chanceler norueguês, Espen Barth Eide, defendeu a necessidade de fortalecer alternativas políticas ao grupo Hamas, como o Fatah, a Autoridade Nacional Palestina e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), destacando que uma Palestina controlada pelo Hamas seria amplamente rejeitada. “Fiquei muito satisfeito em ver que todos os membros do G20 e quase todos os demais que discursaram hoje disseram que desejam uma solução de dois Estados. Eu disse que uma coisa é dizer que deseja, outra coisa é discutir como chegar lá”.

Foto: Márcio Batista/MRE
Brasil 247

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