Discurso de posse do Prefeito Romero Rodrigues

Publicado em 3 de janeiro de 2017
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Faz exatos quatro anos que aqui estive pela primeira vez para assumir os destinos de nossa cidade. Igual o cenário, igual o protocolo, quase os mesmos personagens, não fosse a ausência expressiva, em nossa chapa, do vice-prefeito Ronaldo Cunha Lima filho, que abriu mão de sua postulação legítima para alargar nossas alianças. Foi esse gesto de desprendimento pessoal e de grandeza política de Ronaldo Filho que permitiu a presença enriquecedora do deputado e prefeito Enivaldo Ribeiro, que incorpora sua juventude ao nosso trabalho, soma seus sonhos a nossas prioridades para que, ao final, se possa ter um programa consistente para o presente e de esperanças para o futuro de Campina.

Apesar de tudo muito semelhante, é tudo muito diferente de há quatro anos. A reeleição impõe desafios novos e novas exigências, a começar por tácitas mas expressivas vedações e por claras obrigações. É proibido acomodar-se. É proibido apenas continuar. É obrigado avançar ainda mais na melhoria dos serviços, na consolidação de obras e projetos estruturantes e na racionalização da máquina administrativa. É obrigado ousar na identificação de novos espaços e opções de crescimento econômico e novas alternativas de desenvolvimento.

Deus plantou Campina no Planalto, para que mais alto e mais longe ela sempre pudesse olhar. Nascida no Planalto, Campina não se conformará com as planícies. Nem com as mesmices. Campina tem pressa pra se encontrar com seu futuro.

Mesmo com reeleição, este Governo não será de mera continuidade. Será uma nova Administração.

Vamos concluir e entregar nos próximos meses o conjunto Aluízio Campos, o maior conjunto habitacional em construção no Brasil, que com suas 4.100 casas já nasce maior que 180 cidades da Paraíba. Mas, ao lado de conjuntos menores, vamos construir também a Cidade do Servidor, para viabilizar a casa própria aos servidores da Prefeitura, do Estado e da União. Com a graça de Deus, chegaremos às dez mil moradias entregues — um recorde na história de Campina.

Superamos, em nossa escola municipal, todas as metas do IDEB. Ficamos à frente da capital, até pelo esforço de qualificação de nossos professores, pelo investimento na infraestrutura das escolas e pelo uso da tecnologia na melhoria do ensino e da aprendizagem. Distribuímos mais de 8 mil tablets com professores e alunos, demos fardamento e material escolar de graça, reformamos escolas, multiplicamos o ensino de tempo integral, aumentamos matrículas em todos os níveis, especialmente na educação infantil.

Emblematicamente, neste segundo mandato, começaremos o ano letivo numa escola municipal de tempo integral e de ensino bilingue. A primeira na rede pública na Paraíba e de todo o Nordeste, uma das primeiras do Brasil na esfera municipal. Nossas escolas de tempo integral se multiplicarão ainda mais. E até o final do mandato, vamos implantar o ensino bilingue em pelo menos uma nova escola a cada ano.

Aprendi com minha mãe que a Educação abre portas e alarga passos. Temos em Campina muitas portas a abrir, muitos passos a alargar. Com a graça de Deus, vamos abri-las, vamos alargá-los.

Mesmo carentes, nossas crianças não ficarão pra trás. Através da Educação, todas terão direito a um mesmo e válido passaporte para o futuro.

Avançamos como poucos no atendimento à saúde. Municipalizamos dois hospitais, mais que duplicamos o Hospital da Criança, ampliamos o ISEA, criamos duas policlínicas, criamos um centro de diagnóstico por Imagens, que já atende a mais de cem mil exames. Nosso Laboratório central já faz mais de um milhão de exames por ano. Campina faz hoje cirurgias eletivas que a rede pública municipal jamais havia feito.

Criamos um ambulatório para atendimento às vítimas de microcefalia. Vamos avançar, com toda nossa energia, para a ampliação e a consolidação da atenção básica, para a ampliação do número de equipes de saúde bucal. Deus nos ajudará a construir um novo prédio para o Hospital da Criança, de forma a atender a especificações e exigências técnicas que o prédio atual não permite, mesmo com adaptações.

Estamos entregando a Campina mais de 650 ruas calçadas ou pavimentadas – um recorde para o horizonte de quatro anos. A duplicação da Argemiro de Figueiredo, que encontramos com 17% das obras realizadas, está hoje concluída, inclusive com os dois viadutos, com pistas locais, com arborização e a iluminação em LED, que vamos inaugurar nos próximos dias. A Alça Leste ainda este ano estará ligando a BR-230 à estrada para Massaranduba, expandindo ainda mais as fronteiras urbanas de Campina.

Construímos inúmeros binários, mas Campina tem pressa de se locomover mais fácil e de andar mais rápido. Vamos calçar pelo menos 500 novas ruas, ajustando todo o programa de infraestrutura ao plano de mobilidade urbana e humana da cidade. Será um passo anda mais ousado para viabilizar avanços no transporte de massa de nossa cidade.

A melhoria da infraestrutura e a criação de um ambiente favorável de negócios permitiram atrair pra Campina empresas importantes para o nosso crescimento. Em 2.014, Campina cresceu mais de 14% em seu PIB, o melhor desempenho entre todas as cidades médias do Nordeste e um dos mais altos do Brasil. Campina tem pressa de crescer. E, com a graça de Deus, vai crescer.

Estamos implantando a infraestrutura da área industrial do Complexo Aluízio Campos, inclusive com a construção, inteiramente com recursos próprios, de uma adutora que o Estado se recusou a implantar. Mais de 400 empresas já estão inscritas, no que será o maior distrito industrial e comercial de todo o interior do Nordeste. Se tivesse havido um mínimo de colaboração, ou ao menos de boa vontade, por parte do Estado, não apenas Campina, mas a Paraíba já estariam noutro patamar de desenvolvimento industrial. Mas Campina não perde o foco. Sabe que passos terá que trilhar. E vai percorrê-los.

Numa das faces do Complexo Aluízio Campos, delimitadas pelas BRs 232 e 104, vamos implantar um Polo de Modas, reunindo empresas do setor de calçados, de moda e confecções e de artesanato. Campina aproveitará o expressivo potencial de 27 mil veículos que trafegam diariamente pelas duas BRs, alavancando negócios, empregos, geração de renda e de desenvolvimento em nossa cidade. O Complexo Aluízio Campos haverá de consolidar Campina como um dos maiores polos industriais e de serviços de todo o Nordeste.

Mudou a cidade, mudou o País, mudaram as circunstâncias, exigindo de todos nós novas formas de ver o presente e encarar o futuro. Aprofundou-se a crise.

Governaremos, em 2017, com orçamento inferior ao de 2013, quatro anos atrás, quando assumimos pela primeira vez. Caiu a arrecadação publica, caíram as transferências obrigatórias do Fundo de Participação dos Municípios, minguaram e quase acabaram as transferências voluntárias do Governo Federal. A crise está na casa de cada um ou em sua rua, com o aumento do desemprego e a queda da renda familiar. Os problemas e desafios aumentaram.

Aumentou a pressão sobre a rede de saúde pública por parte dos milhares que perderam o plano de saúde. Aumentou a pressão sobre a rede municipal de educação, sobre as creches e berçários, por parte de quem perdeu emprego ou viu despencar a renda da família.

A crise não nos abateu nem abaterá. Nessa administração, ninguém perderá em lamentações o tempo e a energia reservados para o planejamento e o trabalho. A crise nos tornou mais experientes e fortes. Essa rotina de quatro anos, que ninguém saberá ao certo até onde se estenderá, nos levou ontem e nos exigirá todos os dias, daqui pra frente, fazer mais com menos recursos. Temos que compensar com eficiência o que a crise nos tirou de recursos. Compensar com austeridade o que a crise nos tirou de orçamento. Preencher com planejamento e competência o que a crise nos levou de pessoal e de estruturas. Campina tem-se preparado para enfrentar esse cenário de dificuldades e incertezas.

Pela primeira vez em nossa história, os próximos anos serão inteiramente balizados pelo Plano Estratégico de Campina, o primeiro da Paraíba, um dos primeiros do Nordeste, elaborado pela Prefeitura com parcerias valiosas como a da Federação das Indústrias e apoio individuais preciosos de empresários que amam esta cidade. Ali estão as diretrizes para o ordenamento da expansão urbana e das ações administrativas para os próximos 20 anos. Para onde canalizar a concentração urbana, os corredores de transporte, a infraestrutura, o saneamento, a localização dos polos de serviço e tudo o mais que representa de desafio ao crescimento, estará presente nesse Plano, que sinaliza, também, o fim do voluntarismo administrativo e do improviso gerencial. Campina sabe que não basta administrar bem o presente. É preciso se antecipar planejadamente ao futuro. Hoje já é o primeiro dia dos próximos 20 anos.

Campina investirá ainda mais na racionalização de estruturas e de procedimentos burocráticos. Quando adquirimos uma bem montada patrulha mecanizada pra Campina viabilizamos, com custos muito menores, o maior programa de perfuração de poços, limpeza e a construção de açudes e barreiros, construção de barragens subterrâneas, de abertura e conservação de estradas vicinais já executado por uma prefeitura paraibana.

A compra de uma usina de asfalto nos permitiu concluir agora o que há quatro anos parecia impensável: mais de 450 ruas calçadas ou pavimentadas. Um modelo misto de limpeza pública, que alia empresas e grandes frotas coletoras de lixo com uma equipe própria de agentes de limpeza, permitiram a Campina manter padrões de coleta de resíduos sólidos satisfatórios e até invejáveis. Foram soluções criativas que nos permitiram otimizar recursos e estruturas.

Mas nada, rigorosamente nada substituirá a ética nem o bom senso. Quanto mais as pessoas se conscientizam da escassez de recursos, mais se revoltam contra a gastança e o desperdício.

Tenho repetido e insistirei. Campina não admitirá mordomias ou privilégios, muito menos favores ou sinecuras. Campina, como o Brasil, exige uma visão nova do serviço público, com absoluta transparência, sem equívocos administrativos, muito menos sem graves pecados éticos como desvios ou superfaturamento de obras e serviços.

Não basta que um ato seja legal. É preciso ser ético – e tem que ser razoável, oportuno e pertinente. Nenhum mandatário popular poderá afrontar o bom senso e a percepção popular do razoável, sob pena de execrações públicas irrecorríveis. O primeiro princípio dessa razoabilidade é que não podemos exigir dos cidadãos sacrifícios que nós mesmos não viermos a assumir.

Essa impaciência crescente do cidadão diante de equívocos ou desvios de administradores públicos e mandatários populares é o pano de fundo de um cenário ainda mais inquietante que a própria crise econômica: é a crise da confiança e da credibilidade na classe política, na própria atividade política e, por extensão, nas instituições.

O descrédito comprometedor da atividade política levou ao paradoxo registrado nas últimas eleições, quando muitos candidatos repisavam, a cada dia, que não eram políticos. Tenho, pra mim, que não é negando o ofício ou renegando origens que um homem público escapa da condenação popular, mas trabalhando e vivendo às claras, com a consciência de que a atividade política e o mandato popular não podem ser cortinas de sombras para encobrir o que às claras têm vergonha de fazer. Sou político. Somos políticos.

Mas só continuarei político até o dia em que possa andar pelas ruas da minha terra sem precisar me esconder, muito menos negar meu ofício e meu trabalho. As novas tecnologias, que multiplicam olhos, câmeras e controles, exigem hoje de todos nós o inverso do que se pedia à mulher de César. O homem público não pode apenas parecer honesto. Ou, de fato ele o é, ou logo será desmascarado.

A cerimônia de hoje é essencialmente o início do exercício de um mandato. O diploma que há dias recebemos não é uma escritura de propriedade da cidade. Os eleitos, vereadores, vice-prefeito e prefeito, não nos tornamos donos de nada. Fomos eleitos para servir, ganhamos apenas um mandato. Que é legítimo, mas não é absoluto, e, a rigor, a cada dia precisa se confirmar através da interação constante e do diálogo permanente com a cidade.

As ruas de Campina continuarão como nosso principal espaço de trabalho. Deus nos permitirá que não haja entre Campina e o Prefeito, entre a Prefeitura e os campinenses nenhuma redoma, nenhuma barreira que nos impeça de ouvi-los permanentemente e de permanentemente conhecer seus anseios e reivindicações. Eles sempre serão vistos como cidadãos, credores de serviços essenciais e direitos básicos, não apenas como meros pagadores de impostos.

Continuarei a governar para todos, mas entre todos, há inúmeros que não podem mais esperar. Entre os muitos carentes de nossa cidade, essa administração devotará atenção especial às crianças com microcefalia. No primeiro mandato, construímos para elas um ambulatório, que agora vai ser ampliado para que se dispense a cada uma delas um atendimento multidisciplinar. Vamos tentar atenuar sequelas e compensar com assistência as limitações que a doença trouxe a elas e suas famílias. Todas receberão, sem qualquer sorteio ou inscrição, casa no Complexo Aluízio Campos, que estamos concluindo.

Essa Prefeitura, que foi a primeira e, por muito tempo, o único ente público a apoiar as pesquisas da dra. Adriana Melo sobre a relação do vírus da zika com a microcefalia, não medirá esforços para apoiar nossos pesquisadores em seus estudos, sobretudo na prevenção de novos casos. Campina não conhecerá limites para salvar ou melhorar vidas e para garantir, sobretudo a suas crianças, o direito à esperança e a uma perspectiva concreta de futuro.

Peço, com muita humildade, a imprescindível colaboração da Câmara Municipal, fundamental para a administração e mais ainda imprescindível para o exercício da corresponsabilidade do mandato que recebemos. O Prefeito é apenas o Chefe do Executivo, que jamais será infalível, muito menos onisciente. Continuaremos a ouvir e respeitar nossos vereadores, até porque o mesmo mandato popular que nos confere uma prerrogativa de independência também nos impõe o ônus da corresponsabilidade pela solução dos problemas e desafios que são da cidade inteira e de toda a cidadania, não apenas de um Poder.

Peço, e peço com muita humildade, a colaboração indispensável de todo o funcionalismo público, que tem sido parceiro inestimável na administração de Campina. Essa Prefeitura buscará, no limite de suas possibilidades orçamentárias, políticas que aumentem a autoestima do servidor e perspectivas de valorização e de progressão funcional.

Peço, e peço também com muita humildade e igual confiança, a colaboração que não me tem faltado, de todos os campinenses, para que nenhum minuto se perca no enfrentamento dos nossos problemas.

Não chegamos até aqui sozinhos. E sozinhos não iremos a canto algum. Da mesma forma, poucos passos teríamos ensaiado sem o apoio consistente e decidido de incontáveis amigos e apoiadores, a quem presto minhas homenagens e reitero minha gratidão.

Agradeço aos vice-prefeitos Ronaldo Cunha Lima Filho, que deixa o cargo, e Enivaldo Ribeiro, que hoje inicia o mandato. O despojamento pessoal de Ronaldo, a solidariedade política de Enivaldo e o reiterado amor a Campina de ambos permitiram a ampliação considerável do arco de alianças e novas perspectivas políticas para a Administração.

Agradeço a todos os candidatos de nossa coligação. A uns Campina elegeu, a outros Campina oferecerá outras chances, pois de nenhum se desdenhou o discurso. De nenhum se desprezou a mensagem que ecoará em toda a Administração nos próximos quatro anos. A melhor forma de agradecimento a cada um dos nossos candidatos é a certeza de que governaremos com as ideias de todos eles.

A todos quantos contribuíram para esse instante, o meu mais comovido agradecimento.

A todos quantos me estenderam as mãos, aos que me incentivaram com sua adesão e me ampararam com seu entusiasmo; aos que gritaram meu nome, impedindo que eu ouvisse agressões e pudesse ter no coração qualquer ranço de rejeição, qualquer travo de ressentimento; aos muitos que partilharam comigo sua própria esperança, o agradecimento do mais profundo do meu coração. Todo este apoio permitiu que mais seguro eu caminhasse, mais firme eu avançasse e muito mais longe eu pudesse sonhar.

Peço a Deus, com muita humildade, que jamais, jamais esqueça essas multidões que encheram as ruas de alegria e douraram Campina com o amarelo mais vivo de sua solidariedade mais explícita. A cada um desses a certeza de que essas cores não desbotarão em minha memória e em meu coração. Eles foram razão de nossa vitória e serão destinatário de nosso trabalho.

Agradeço, de maneira muito especial, a minha família, que se entregou sem reservas à causa de Campina. A meus irmãos, cunhados e cunhadas, meu profundo agradecimento.

E o que dizer a minha mãe, nesse instante, se até aqui ela me guiou e ensinou, se a tudo me conduziu e em tudo me inspirou? Deus me permitirá manter o coração sempre fértil para as sementes de sua sabedoria. E me permitirá dizer, ao final do mandato: mãe, aprendi suas lições, segui seus passos, imitei seus exemplos. Obrigado, minha mãe. Não foram em vão suas longas vigílias e a vida inteira de sacrifícios e provações. Reze sempre por mim.

A meus filhos Vitória e Vítor, a minha mulher Micheline, que há muito tempo me dividem com a cidade, meu agradecimento mais emocionado. Nos momentos mais tempestuosos dessa campanha, como de toda minha vida pública, eles foram o farol que me transmitiu segurança e o porto de tranquilidade e paz que me pôs a salvo de todas as tormentas. Sem a certeza de um porto, ninguém se lança tranquilo ao alto mar. Não há oceanos que amedrontem a quem pode ter águas tranquilas e protegidas como essas.

Por último, a Deus, que me permitiu chegar até aqui, meu agradecimento renovado e uma prece repetida: que Ele me permita compreender, a cada dia, quais são os Seus desígnios. Que me permita estar à altura do que acredito ser a missão que Ele me reservou: construir um presente com cidadania, um futuro com esperança e um desenvolvimento com justiça. Que Deus me permita, ainda, poder exibir diante dos campinenses, ao final do mandato, as mesmas mãos limpas com que chegamos a esse instante. E que, ao final do meu tempo, o diploma de Prefeito de Campina Grande possa estar carimbado com a expressão que me servirá de orgulho pela vida inteira: este mandato foi honrado. Por Campina. Pela Paraíba. Muito obrigado.

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