Documentário premiado no Festival de Cannes será transmitido pelo Canal Brasil neste dia 15

Publicado em 14 de novembro de 2021

Já em clima das avaliações de fim de ano, nossas esperanças e nossos problemas estruturais e existenciais voltam a receber nossa atenção. É justo aí que se insere o filme Indianara, que estreia, no próximo dia 15 de dezembro, na programação do Canal Brasil.
A obra é um retrato de Indianara Siqueira, matriarca e fundadora da Casa Nem, abrigo do Rio de Janeiro voltado para pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade. Vegana, anticapitalista e puta, como se define, Indianara milita pela sobrevivência das pessoas LGBTQIA+, mas também pelos oprimidos da sociedade em geral. Prestes a completar 50 anos, cansada dos embates e às vésperas de se casar, ela ensaia abandonar a política das ruas. Mas, diante da perda da companheira de luta, Marielle Franco, e do avanço do totalitarismo no Brasil, ela arranca forças para partir para um último ato de resistência.
O filme é uma parceria entre os diretores Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa: “Para fazer este filme nós precisamos entrar para o bando de Indianara e nos deixar nos transformar. É um filme de observação, mas, em nenhum momento, pensamos em fazer um filme neutro”, comenta Aude Chevalier-Beaumel. “Desde o início, o desejo era de que o filme fosse um grito, a nossa resposta dura, mas esperançosa a tudo de sombrio que vivemos nesses tempos, daí a importância de ele chegar ao grande público”, explica Marcelo Barbosa.

Cicatrizes históricas e momento atual
Ao mergulhar em sua intimidade e nos embates cotidianos com o marido “macho alfa”, o documentário entrelaça a busca incansável de Indianara por novas formas de ser e de se relacionar e de fazer política com a própria história do País. Momentos cruciais do nosso tempo foram capturados: o “Fora Temer”, a prisão de Lula e a eleição de Jair Bolsonaro são alguns dos palcos de luta de Indianara.
É também o primeiro filme a apresentar Marielle Franco, então vereadora, assassinada em 2018 num crime ainda sem explicação. Companheira de batalhas de Indianara, ela tem presença importante na trama. Seu assassinato reabriu cicatrizes seculares do País e impacta o filme ao refletir essa tragédia no olhar de Indianara e de seu grupo. O filme é um instantâneo impactante, mas esperançoso, do Brasil recente.

Carreira internacional
Indianara ganhou projeção internacional ao estrear no Festival de Cannes, em 2019, selecionado para a mostra da Association du Cinema Independant pour sa Diffusion (ACID). Teve uma recepção de público emocionante em todas as sessões. Ainda em Cannes, Indianara concorreu à Palma Queer, premiação LGBT paralela do festival, ao lado de filmes de Pedro Almodóvar, Céline Sciamma, Xavier Dolan e de “Bacurau”.
Foi selecionado para mais de cinquenta festivais internacionais e apresentado em mais de vinte países da Europa, da América e da Ásia. Ganhou prémios, como o de melhor filme do Festival Chéris Chéries, de Paris; melhor filme do Festival de Cerbère, também na França; melhor filme do público, no Festival Visionär, de Berlim; melhor filme do público, no Festival Fire, de Barcelona; entre outros. Pela plataforma MUBI, foi apresentado em quase 200 países e está em sua lista dos 1.000 principais filmes de todos os tempos, como o segundo brasileiro mais bem avaliado, atrás apenas de “Cidade de Deus”.
Na França, foi lançado em circuito comercial em 70 salas de cinema e também em DVD e no VOD. Recebeu grande cobertura da mídia francesa com ótimas críticas nos jornais Le Monde e Libération e nas revistas Telérama e So Film, entre outras.
O filme mereceu atenção da crítica So Mayer, que escreve na histórica revista britânica Sight and Sounds, fundada em 1932, como o colocou como um dos dez melhores filmes do ano passao. Também a revista espanhola Fotogramas, de mais de 70 anos de existência, o elegeu como um dos 20 melhores documentários não espanhóis de todo o mundo, em 2019.
Nesse momento é único filme brasileiro no prestigioso Instanbul Film Festival, da Turquia, e do Inside out Human Rights, do Canadá e do Sex Works’ Film Festival, da França.
Brasil
No Brasil, Indianara participou na 43ª Mostra de São Paulo, esteve no Janela de Recife; foi o vencedor do Festival Mix Brasil; vencedor da Mostra Ecofalante; ganhou menção especial no Festival de Curitiba; prêmio da crítica no Fest Aruanda e prêmio de melhor filme do Festival Arch Cine, de filmes sobre cidades.

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