Documentos dos EUA detalham como Odebrecht atuou para pagar propina

Publicado em 24 de dezembro de 2016

Os documentos do acordo de leniência assinado pela Odebrecht e pela Braskem com autoridades do Brasil, dos Estados Unidos e da Suíça revelam novos detalhes do esquema de corrupção que durou mais de uma década, e movimentou bilhões de reais.
As duas empresas concordaram em pagar multas de quase R$ 7 bilhões e revelar fatos ilícitos praticados nos três países.
Os documentos mostram que a Odebrecht fraudou licitações e também montou um esquema sofisticado para pagar propinas a políticos e executivos. E quando tudo começou a ser descoberto, tentou apagar provas.
O processo na Justiça americana contra a Odebrecht se concentra nos contratos da empresa com a Petrobras e em obras no Brasil e mais onze países da África, da América Latina e do Caribe.
A Odebrecht teria subornado executivos da Petrobras e autoridades dos poderes Executivo e Legislativo – além de autoridades no exterior (leia a versão de todos os citados ao final desta reportagem).
Todos os exemplos citados pelo Departamento de Justiça são a partir de 2006 – durante o governo do ex-presidente Lula – quando a Odebrecht criou um setor dedicado exclusivamente ao pagamento de propinas.
O documento detalha como a Odebrecht desviava dinheiro para pagar propinas a políticos e executivos sem levantar a suspeita da Justiça do Brasil, dos Estados Unidos e da Suíça – os três países por onde o dinheiro passava.
As transações aconteceram entre 2001 – durante o governo Fernando Henrique – e 2016 – durante o governo da presidente Dilma. Um esquema complexo que usava bancos em paraísos fiscais.
Nesse período, a empresa pagou mais de R$ 2,5 bilhões em propinas. Em troca, conseguiu uma centena de contratos que geraram lucros de mais de R$ 10 bilhões.
O “setor de propina” funcionava dentro da construtora Norberto Odebrecht – a CNO – uma subsidiária da Odebrecht.
Os executivos faziam uma série de manobras contábeis dentro das empresas do grupo para o dinheiro desaparecer do balanço oficial e parar no “setor de propinas”.
Parte do dinheiro era depositada em contas da Odebrecht em Nova York.
G1

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