Donald Trump concede perdão a miliciano, vendedor de drogas condenado e invasores do Capitólio

Publicado em 22 de janeiro de 2025

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concedeu nesta terça-feira (21) perdão presidencial para Ross Ulbricht, criador do site de venda de drogas Silk Road que tinha sido condenado a prisão perpétua em 2015, informou a agência Reuters.
Ele foi preso em flagrante em 2013, em uma biblioteca de Nova York, nos EUA. Na ocasião, a polícia encontrou Ulbritch com um notebook que tinha o painel de administração do site Silk Road aberto, além de registros de conversas sobre o gerenciamento do site.
Na época da prisão, procuradores dos EUA afirmaram que o Silk Road foi usado por mais de 100 mil pessoas e movimentou US$ 214 milhões em vendas de drogas por meio da criptomoeda bitcoin, segundo a Reuters.
Com a medida, Trump cumpriu uma promessa feita na campanha eleitoral de reverter o resultado de um caso marcante nos EUA, que surgiu apenas alguns anos após a criação da criptomoeda.
“A escória que trabalhou para condená-lo eram alguns dos mesmos lunáticos que estavam envolvidos na moderna instrumentalização do governo contra mim”, disse Trump, nesta terça.
O Silk Road operava na rede Tor, que não fica aberta para todos na internet e permite aos usuários se comunicarem sem serem identificados. Os pagamentos com bitcoin também ajudavam a fazer transações anônimas, segundo os procuradores.
Ulbricht admite ter criado o Silk Road, mas alegou por meio de seu advogado que o objetivo era que ele fosse um “site de livre mercado”. Sua defesa afirmou que ele transferiu o site para terceiros, mas foi atraído de volta para ser um “bode expiatório” para os reais donos.
De acordo com a procuradoria, Ulbricht tomou medidas extremas para tentar proteger o site. Elas incluíram ordens de assassinato de pessoas que pudessem representar uma ameaça para a plataforma, de acordo com as autoridades.
Em uma das conversas obtidas em seu computador, Ulbricht tentava contratar matadores de aluguel sob o codinome Dread Pirate Roberts, afirmaram os procuradores. Ele negou ter criado esse usuário.
Depois de ser fechado pelo FBI em outubro de 2013, o Silk Road ressurgiu como Silk Road 2.0, operado por uma equipe diferente. A segunda versão do site foi retirada do ar em novembro de 2014, com a prisão de Blake Benthall, apontado como administrador do segundo site.

INVASORES DO CAPITÓLIO
Stewart Rhodes, ex-líder da milícia Oath Keepers e um dos organizadores do ataque ao Capitólio dos EUA há quatro anos, foi libertado da prisão horas depois que o presidente Donald Trump emitiu um amplo perdão para 1.500 réus nesta segunda-feira (20).
Rhodes, cuja sentença de 18 anos foi comutada, saiu da prisão federal em Cumberland, Maryland, pouco depois da meia-noite desta terça-feira (21).
Ele não entrou no Capitólio dos EUA em 6 de janeiro, mas foi considerado culpado de conspirar para usar força contra o Congresso para impedir a certificação da eleição.
Ele também foi acusado de ajudar a estocar armas de fogo em um hotel na vizinha Virgínia que poderia ser transportada através do rio para Washington.
“Estamos profundamente gratos ao presidente Trump por suas ações hoje”, disse James Lee Bright, advogado que representou Rhodes à agência de notícias Associated Press.
De acordo com a agência de notícias Associated Press, outro dos já liberados é o ex-líder do grupo supremacista Proud Boys, Enrique Tarrio, condenado por conspiração sediciosa.
O advogado de Tarrio, que foi condenado a 22 anos de prisão, disse:
“Isso marca um momento crucial na vida do nosso cliente e simboliza um ponto de virada para a nossa nação. Estamos otimistas para o futuro, pois agora viramos a página deste capítulo, abraçando novas possibilidades e oportunidades”, disse o advogado Nayib Hassan em uma declaração.
Cerca de 40 homens usando a insígnia dos Proud Boys, inclusive, trocaram insultos com manifestantes nas ruas de Washington durante a posse de Trump nesta segunda.
De acordo com a rede de TV americana CNN, dois irmãos foram os primeiros perdoados a serem soltos: Andrew Valentin e Matthew Valentin, que foram sentenciados na semana passada a dois anos e meio de prisão, saíram do DC Central Detention Facility ainda na noite desta segunda-feira.
O perdão de Trump foi apenas uma das várias ordens executivas que ele assinou após uma cerimônia de posse na Rotunda dos EUA, onde seus apoiadores haviam protestado quatro anos antes.
Centenas de pessoas foram criminalmente acusadas por terem invadido o Capitólio em 6 de janeiro de 2021. Naquele dia, apoiadores de Trump tentaram impedir a certificação da vitória de Joe Biden nas eleições de 2020. Cinco pessoas morreram.
Segundo a ordem executiva, ficam perdoados todos os investigados pela invasão ou crimes relacionados ao ataque ocorridos entre 6 e 20 de janeiro de 2021. Mais de 1.200 americanos foram condenadas por crimes no período, incluindo cerca de 200 pessoas que admitiram ter agredido policiais.
Durante um discurso na Capital One Arena, Trump chamou os acusados presos de “reféns” e disse que irá libertá-los por meio do perdão presidencial. Segundo o presidente, os invasores “não fizeram nada de errado”.

Foto: REUTERS/Carlos Barria
G1

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