E as propostas para a mobilidade urbana, existem?

Publicado em 3 de setembro de 2018

Estamos com um processo eleitoral em curso, já caminhando para o seu final, que vai eleger nossos representantes para os cargos mais importantes do nosso país. Lêia-se (presidente da república, governadores, senadores, deputados federais e estaduais). E acompanhando o guia eleitoral e até mesmo programas de governo e as propostas daqueles que querem nos representar, eu diria que a mobilidade urbana- tema tão importante como outrora foi e continua sendo aquele tripé tão conhecido, falado e explorado, saúde, segurança e educação- não tem recebido uma atenção especial por parte dos candidatos e de seus marqueteiros.

Aliás, para trânsito, transporte, acessibilidade e o bom deslocamento dos pedestres nas cidades, elementos que compõem verdadeiramente a mobilidade urbana, que deve priorizar o tranporte coletivo e o não motorizado, confesso que seria precipitado de minha parte dizer que não existe propstas, porém, elas são irrisórias e estão aquém da realidade de nosso país e de nossas cidades.

Parece muitas vezes, que “eles não sabem o que dizem”, pois, um tema de tamanha relevância, jamais poderia estar sendo tratado desta forma, visto que, o mesmo não pode ser dissociado do famoso tripé, acima citado, no entanto, as discussões tem sido mínimas por aqueles que vão nos representar nos próximos quatro anos.

Quando digo que a mobilidade urbana está diretamente atrelada a saúde, é porque o país está perdendo cifras astronômicas com os acidentes e os acidentados no trânsito, principalmente por motocicleta. De cada 10 leitos de UTI (unidade de tratamento intensivo) seis estão ocupados por pacientes oriundos da guerra no trânsito.

Com a segurança o dilema também é grande, já que os efetivos dos órgãos que fiscalizam e fazem cumprir o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), são infinitamente pequenos e muitas vezes desaparelhados para uma fiscalização rigorosa. Sabe-se que a imprudência e o uso de álcool, são as principais causas das mortes e das mutilações da nossa população. Números frios tristes e alarmantes colocam o Brasil nas primeiras posições de um ranking que não interessa a ninguém e a educação neste contexto aparece como sendo o elemento salvador da próxima geração de condutores, porque esta atual, na minha visão está perdida.

Dito isto, um país que tem mais de 45 milhões de veículos, com cidades desordenadas, com o incentivo ao carro particular em detrimento do transporte de massa, com as pessoas adoecendo presas nos congestionamentos, que tem perdas de milhões de reais em face do mau deslocamento, deveria ter em seus postulantes a cargos públicos ao menos a sensibilidade de mostrarem ao povo que vive neste calvário, propostas que efetivamente possam ser colocadas em prática para minimizar esta situação. Não é pedir demais, isto é o mínimo que eles (os políticos) deveriam apresentar à população brasileira, coisa que não está sendo feita.

Josinaldo Neves
Radialista

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