Economistas do mercado elevam para 8,89% a estimativa de inflação em 2022

Publicado em 6 de junho de 2022

O mercado financeiro elevou de 7,89%, no final do mês de abril, para 8,89% a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial, neste ano.
A informação consta do relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (6) pelo Banco Central (BC). Os dados foram colhidos na semana passada, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
O último relatório com projeções do mercado financeiro havia sido tornado público em 2 de maio, com informações coletadas em 29 de abril.
As divulgações foram interrompidas por conta da greve dos servidores do BC, que acontece desde o dia 1º de abril. O pedido é de um reajuste salarial de 27%.
O documento divulgado nesta segunda, porém, não traz as estimativas completas. Foram publicadas somente informações para os principais indicadores da economia (inflação, PIB, juros e câmbio).
A projeção segue acima do teto do sistema de metas de inflação, que é de 5% em 2022. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3,5% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 2% e 5%.
No entanto, desde o ano passado, os analistas do mercado já preveem a inflação em 2022 acima do teto da meta.
No fim de março, o BC admitiu que a meta de inflação deve ser superada novamente neste ano. A probabilidade de “estouro” da meta é de 88% a 97%, calculou a instituição.
Se confirmada a previsão do mercado para a inflação em 2022, será o segundo ano seguido de estouro da meta de inflação. Em 2021, o IPCA somou 10,06%, o maior desde 2015.
As previsões de inflação começaram a subir com mais intensidade após o aumento nos combustíveis anunciado pela Petrobras em março, em meio à disparada do preço do petróleo — reflexo da guerra na Ucrânia.
Para alcançar a meta de inflação definida pelo CMN, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, a Selic.
Neste momento, o BC já está calibrando a taxa Selic para atingir a meta de inflação do ano que vem, uma vez que as decisões sobre juros demoram de seis a 18 meses para terem impacto pleno na economia.
Para 2023, o mercado financeiro subiu de 4,10%, no final de abril, para 4,39% a estimativa de inflação. Para o próximo ano, a meta foi fixada em 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

Produto Interno Bruto
Conforme os dados do Banco Central, o mercado financeiro elevou a previsão de crescimento do PIB deste ano de 0,70%, no fechamento do mês de abril, para 1,2%.
O aumento aconteceu após a divulgação do crescimento do PIB do ano passado de 4,6% pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Para 2023, o mercado reduziu de 1% (fim de abril) sua estimativa de alta do PIB para 0,76%.
Taxa de juros e câmbio
Para a taxa básica de juros da economia, o mercado financeiro manteve em sua estimativa 13,25% ao ano no final de 2022.
Atualmente, a taxa Selic está em 12,75% ao ano.
Já para o fim de 2023, a expectativa do mercado para a taxa Selic subiu de 9,25% para 9,75% ao ano. Mesmo assim, o mercado financeiro segue estimando queda dos juros no ano que vem.
A projeção para a taxa de câmbio no fim de 2022 subiu de R$ 5 para R$ 5,05. Para o fim de 2023, avançou de R$ 5,04 para R$ 5,05 por dólar.
G1

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