Enfurecido, presidente da Argentina culpa governadores por derrota de seu projeto no Congresso

Publicado em 7 de fevereiro de 2024

O presidente argentino Javier Milei culpou o que ele chama de “casta” pelo fracasso de seu principal projeto de lei e ameaçou submeter as províncias a um maior ajuste fiscal. “O déficit zero não é negociável”, disse. Em nota oficial, o governo acusou os governadores de “virar as costas aos argentinos para proteger seus interesses”. Tão incapaz de esconder sua frustração quanto de compreender que não é mais um debatedor de TV e aceitar as regras mais básicas da negociação política, o presidente Javier Milei não pôde esconder sua raiva desde Israel após o fracasso no tratamento do projeto de “Lei Ônibus”, destaca reportagem do jornal Página 12.
Em vez de levar em conta as recomendações para que adotasse ua tática de maior flexibilidade, o ditador desabafou de sua conta na rede X contra o que chamou de “setores da política que se recusam a fazer as mudanças que o país precisa”, e acrescentou em tom desafiador que “terão que explicar à sociedade por quê”.
“A casta se opôs à mudança que os argentinos votaram nas urnas”, começou Milei em sua conta na X. “Sabemos que não será fácil mudar um sistema onde os políticos enriqueceram às custas dos argentinos que trabalham todos os dias. Nosso programa de governo foi votado por 56% dos argentinos e não estamos dispostos a negociá-lo com aqueles que destruíram o país”, lançou, antes da bravata sobre as explicações que, em sua opinião, a oposição deverá dar e não o Executivo que lidera. “Viva a liberdade, caralho!!!”, concluiu como se ainda estivesse em campanha.
Paralelamente, em um comunicado do “escritório do presidente” o governo afirma que “não permitirá que aqueles que se beneficiam há anos de um sistema corrupto e empobrecedor frustrarem o futuro de todos os argentinos”. “Os governadores decidiram destruir a ‘Lei Bases e Pontos para a Liberdade dos Argentinos’ artigo por artigo, horas depois de concordarem em acompanhá-la”, lamentaram. “Decidiram virar as costas para os argentinos para proteger seus interesses e impedir que o governo nacional tenha as ferramentas para resolver os problemas estruturais da Argentina”, acrescentaram. Sem identificar os destinatários, mas implicitamente referindo-se aos setores menos dóceis do Juntos pelo Cambio, eles os repreenderam por “chegarem aos seus cargos e bancadas levantando as bandeiras da mudança (sic) para hoje trair seus eleitores”. “Não vamos continuar discutindo com aqueles que exigem manter seus privilégios enquanto 63% das crianças argentinas passam fome. A lei será debatida quando entenderem que é o povo quem precisa dela, não o governo”, conclui o comunicado.

Brasil 247

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