Estado Islâmico assume autoria do ataque de Londres

Publicado em 5 de junho de 2017

londresO grupo Estado Islâmico (EI) assumiu neste domingo (4), por meio de sua agência Amaq, que o ataque de Londres foi promovido por soldados do grupo. O atentado deste sábado na London Bridge e no Borough Market deixou 10 mortos, entre eles 7 vítimas e 3 terroristas.
Rita Katz, diretora do SITE Intel Group, que monitora a ação de grupos jihadistas na internet, postou no Twitter a reivindicação do EI:
“Um destacamento de combatentes do Estado Islâmico promoveu o ataque de Londres ontem”, diz a mensagem da Amaq, segundo Katz. A palavra “destacamento”, ainda de acordo com a diretora, mostra que provavelmente o atentado foi coordenado com o grupo, e não apenas inspirado nele.
De acordo com a agência Reuters, o EI difundiu uma mensagem no sábado de manhã pelo aplicativo Telegram convocando seus seguidores a promover ataques com caminhões, facas e armas durante o Ramadã, mês sagrado de jejum e orações para os muçulmanos.
Os terroristas envolvidos no ataque ainda não foram identificados. A polícia de Londres disse que vai divulgar seus nomes “assim que seja operacionalmente possível”. O que se sabe é que três terroristas foram mortos pela polícia, mas não está claro quantos agiram no total e se alguém conseguiu fugir. Entre a primeira ligação aos serviços de emergência reportando o ataque e a morte dos três terroristas foram 8 minutos. Policiais dispararam 50 balas contra eles.
Uma testemunha disse à BBC que um dos terroristas gritou “isto é por Alá” enquanto atacava. Alguns usavam coletes com explosivos falsos, segundo os policiais.

O ataque
Por volta das 21h (horário local, 18h em Brasília), os terroristas atropelaram com uma van os pedestres que passavam pela London Bridge, um dos cartões-postais da cidade. Relatos de testemunhas apontam que a van deixou a área reservada aos veículos na ponte e avançou contra os pedestres na calçada a mais de 80 Km/h.
Depois os homens sacaram facas e passaram a atacar pessoas que estavam em bares e restaurantes nas proximidades do Borough Market. .

Vítimas
Sete pessoas morreram e pelo menos 48 foram levados de ambulância a cinco hospitais da cidade, das quais 36 seguem internadas, 21 delas “em estado crítico”, segundo as últimas informações dos serviços de emergência. Outras pessoas foram atendidas no local. A polícia ainda não detalhou quantas pessoas ficaram feridas no atropelamento em massa e quantas receberam ferimentos nos ataques à faca que ocorreram pouco depois.

O Reino Unido ainda não divulgou a identidade das vítimas, o que pode demorar algum tempo. Mas Canadá e França anunciaram que há um cidadão de cada país entre os mortos. Entre os feridos estão sete franceses, um espanhol com ferimentos leves e um australiano, de acordo com seus respectivos governos.

Detidos
A polícia deteve neste domingo 12 pessoas sob suspeita de envolvimento no ataque. Sete deles são mulheres e cinco, homens. Os detidos têm idades variadas, de 19 a 60 anos. Um homem de 55 anos foi liberado sem receber acusações. As buscas continuam em outros endereços.

A polícia disse que o público verá mais agentes – armados e desarmados – nas ruas da cidade, e que as medidas de seguranças nas pontes da cidade serão reforçadas.

3º ataque em 3 meses
O ataque deste sábado foi o terceiro em três meses. Em março, cinco pessoas morreram na ponte de Westminster, na região do Parlamento, em um ataque semelhante, quando um homem atropelou algumas pessoas e esfaqueou outras.
No dia 22 de maio, um homem-bomba matou 22 pessoas na saída do show da cantora amaeircana Ariana Grande, na Manchester Arena. Outras 59 pessoas ficaram feridas.
Neste domingo, um megashow com Ariana Grande, Justin Bieber, Miley Cyrus, Katy Perry e outros artistas foi realizado em homenageiam às vítimas do atentado em Manchester. O show beneficente One Love Manchester durou cerca de três horas e reuniu 50 mil pessoas no estádio de Old Trafford, na grande Manchester.

Theresa May: ‘basta’
Premiê britânica, Theresa May, fala sobre ataque na região da London Bridge e do Borough Market (Foto: REUTERS/Hannah McKay)
Na manhã deste domingo, a premiê Theresa May falou à imprensa após se reunir com o comitê de segurança na e atribuiu o atentado ao “extremismo islamita”, antes da reivindicação do EI. May pediu união para conter o terrorismo extremista. “Temos que ter uma estratégia robusta. Temos que revisar a estratégia contra-terrorista no Reino Unido. Se tivermos que aumentar as penas, faremos isso. Chegou a hora de dizer: basta. Nossa sociedade precisa continuar com os nossos valores”.
Para May, os ataques recentes não estão conectados, mas mostrariam uma nova “onda” na qual “terrorismo gera terrorismo” e fica evidente que os terroristas estariam “copiando uns aos outros e usando as mais crueis formas de ataque”.
G1

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