EUA aplicam 100 milhões de doses de vacina e batem meta de Biden com 6 semanas de antecedência

Publicado em 20 de março de 2021

Quando assumiu a presidência dos Estados Unidos, em 20 de janeiro deste ano, Joe Biden tinha uma meta ambiciosa: aplicar 100 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 nos primeiros 100 dias de mandato.
Para isso, seria necessário vacinar 1 milhão de pessoas por dia até 30 de abril, muito acima do ritmo de vacinação que ocorria até então.
Nesta sexta-feira (19), porém, a meta foi inclusive ultrapassada, com 58 dias de mandato, ou seis semanas antes do previsto. De acordo com o Centro para Prevenção e Controle de Doenças (CDC), o país chegou a 115.730.008 de doses aplicadas.
Atualmente aplicando 2,5 milhões de doses diárias, Biden agora já cogita dobrar o objetivo e falou em chegar às 200 milhões em seu 100º dia de mandato. “Podemos conseguir dobrar”, disse ele a repórteres antes de deixar a Casa Branca para viajar à Atlanta.
Oficialmente, porém, ele deve estabelecer um novo objetivo oficial na próxima semana.
Segundo a agência Associated Press, o país está a caminho de ter o suficiente das três vacinas atualmente autorizadas para cobrir toda sua população adulta em apenas 10 semanas a partir de agora.
Ainda de acordo com o CDC, 75.495.716 pessoas já receberam ao menos uma dose de alguma das vacinas, e 40.981.464 foram completamente imunizados com as duas doses.
Os EUA iniciaram sua campanha de vacinação no dia 14 de dezembro e aplicaram 16,53 milhões de doses até a posse de Biden, o que dava uma média de 435 mil vacinas administradas por dia.
O próprio Biden, que tem 78 anos, foi vacinado antes mesmo de assumir o cargo para incentivar a vacinação. O democrata tomou a primeira dose da vacina da Pfizer em 21 de dezembro e a segunda, em 11 de janeiro (veja no vídeo acima).
A postura era uma guinada completa em relação ao então presidente americano, Donald Trump, que pegou Covid-19 em outubro e chegou a ser internado, se recusava a usar máscaras e promovia aglomerações.
O republicano, que chegou a minimizar o impacto que o novo coronavírus causaria no país, depois passou a culpar a China pela pandemia e rompeu até com a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Em meio ao negacionismo de Trump, os Estados Unidos se tornaram o país com mais casos e mortes por Covid-19 do mundo e, atualmente, tem 29,6 milhões de infectados e 539 mil óbitos.
O republicano também havia feito uma promessa: vacinar 20 milhões de americanos ainda em 2020, em apenas 18 dias. Mas foram apenas 3 milhões, e Trump não conseguiu atingir a meta nem com os 20 dias de 2021, antes deixar a Casa Branca.
Ao contrário de Biden, que se vacinou em público, Trump não divulgou quando recebeu o imunizante, ao lado da então primeira-dama, Melania, quando ambos ainda estavam na Casa Branca, em janeiro. A informação só foi confirmada em março, por um assessor.
Ele também foi o único ex-presidente a não participar de uma campanha estimulando os cidadãos a se vacinarem, que teve o apoio de Barack Obama, George W. Bush, Bill Clinton e Jimmy Carter. Com exceção de Trump e Melania, todos os ex-presidentes e ex-primeiras-damas se imunizaram em frente às câmeras.

Ritmo de vacinação com Biden
Para aumentar o número de doses aplicadas por dia, de 435 mil para 1 milhão, o plano de Biden era aumentar os locais de vacinação, contratar 100 mil profissionais de saúde, investir em pessoal e fortalecer os departamentos estaduais e municipais de saúde.
Das mais de 400 milhões de vacinas contra a Covid-19 aplicadas em todo o mundo, quase 30% foram nos EUA.
O país tem quase o dobro de doses administradas em relação ao segundo lugar, a China (65 milhões), e é o 10º no ranking proporcional de vacinação em relação à população (mais de 34 doses a cada 100 habitantes).
Segundo a Bloomberg, que tem um serviço para rastrear a aplicação de vacinas contra a Covid-19 em todo o mundo, os EUA já imunizaram mais de 17% da população e, no ritmo atual, devem atingir 75% da população vacinada em 5 meses.

Casos e mortes em queda
Em meio à aceleração da vacinação no país, os EUA têm visto seu número de casos e mortes caírem desde janeiro.
O número de novos infectados por dia despencou do recorde de 300 mil, em 2 de janeiro, para cerca de 50 mil atualmente. O de óbitos caiu de 4.470 em 12 de janeiro para uma média de 1,2 mil nesta semana.
Com as reduções, os EUA foram ultrapassados pelo Brasil e deixaram de ser o país com mais mortes e casos por dia no mundo no dia 5 de março.
Foto: Patrick Semansky/AP
G1

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