Ex-senador Gim Argello e empresário são indiciados pela PF na Lava Jato
Publicado em 3 de maio de 2016A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-senador Gim Argello por quatro atos de corrupção e o empresário Ronan Maria Pinto por lavagem de dinheiro em meio à investigação da Operação Lava Jato. A informação foi confirmada pela RPC e pelo G1 nesta terça-feira (3).
Ambos estavam preso na carceragem da PF (PF), em Curitiba, e foram levados para o Complexo Médico-Penal, que fica em Pinhais, na Região Metropolitana da capital paranaense, nesta manhã.
O nome de Gim Argello apareceu nas delações do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) e do dono da UTC, Ricardo Pessoa. O ex-senador foi preso durante a 28ª fase da Lava Jato.
O Ministério Público Federal (MPF) diz que há evidências de que o ex-senador pediu R$ 5 milhões em propina para a empreiteira UTC Engenharia e R$ 350 mil para a OAS. As duas empresas são investigadas na Lava Jato.
Os recursos foram enviados a partidos indicados por Gim – DEM, PR, PMN e PRTB – na forma de doações de campanha.
Os investigadores dizem ainda que não há indícios de que os partidos beneficiados sabiam das negociações e da origem ilícita dos recursos.
As siglas, juntamente com o PTB, formaram em 2014 a coligação “União e Força”, pela qual Gim Argello era candidato a novo mandato de senador pelo DF.
O advogado que defende o ex-senador Gim Argello, Marcelo Luiz Ávila de Bessa, afirmou ao G1 que o indiciamento é um ato corriqueiro de qualquer delegado de polícia e que não tem nenhuma consequência processual. De acordo com Bessa, o ex-senador afirma ser inocente e irá se pronunciar em juízo.
Já Ronan Maria Pinto é de Santo André (SP). Ele é dono do jornal “Diário do Grande ABC” e foi preso na 27ª etapa da Lava Jato, em abril. Ronan Pinto é suspeito de ter recebido R$ 6 milhões do empréstimo fraudulento realizado entre o pecuarista José Carlos Bumlai – também preso pela Lava Jato – e o Banco Schahin.
De acordo com o Ministério Público Federal, o empréstimo foi pago por meio da contratação fraudulenta do grupo Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, pela Petrobras, em 2009, ao custo de US$ 1,6 bilhão.
A assessoria de imprensa de Ronan informou que o empresário sempre esteve à disposição das autoridades de forma a esclarecer com total tranquilidade e isenção as dúvidas e as investigações do âmbito da Operação Lava Jato, assim como a citação indevida de seu nome.
G1