Frentista repassou aos bandidos a rotina de dono de posto morto em João Pessoa

Publicado em 14 de julho de 2016

Foi um funcionário do posto de gasolina de propriedade do empresário Marcone Morais, morto na última segunda-feira (11), vítima de um latrocínio (roubo seguido de morte), quem repassou todas as informações aos bandidos sobre a rotina do empresário, como também uma estimativa do valor que ele iria depositar no banco, cerca de R$ 300 mil.

A informação foi revelada nesta quarta-feira (13), pela Polícia Civil, durante coletiva de imprensa. Na ocasião foram apresentados os três assaltantes que participaram do crime. O quarto acusado, identificado como Edglay, que seria o mentor do assalto, foi morto no dia crime pela vítima, que portava arma no momento do latrocínio.

Segundo o delegado Aldrovilli Grisi, o frentista, identificado como Luís Pedro, admitiu a participação no crime, mas disse que teria sido coagido a repassar as informações aos bandidos.

O delegado, no entanto, descartou a tese apresentada pelo funcionário, já que nenhuma denúncia foi realizada anteriormente por ele para se livrar da suspeita.

“O Luís Pedro, frentista, conhecia toda a rotina da vítima, fazia o manejo do dinheiro pessoalmente, e o próprio Pedro havia trabalhado já nos três turnos em que o posto funcionava, então ele tinha todas as informações sobre o trajeto do dinheiro. Ele foi procurado pelo assaltante que foi morto na hora do crime, que identificamos como sendo Edglay, e, segundo ele, ele foi coagido a repassar essas informações privilegiadas, mas nós não cremos nessa possibilidade de coação, porque ele poderia ter tido oportunidade de denunciar e não o fez. Ele passou o horário preciso, e uma estimativa de quantia”, explicou.

A polícia chegou até os acusados após um trabalho de investigação exitoso de uma equipe formada por mais de 15 investigadores de campo. Foram recebidas denúncias que levaram até o assaltante Lucas, que era comparsa de Edglay. Lucas já estava com mandado de prisão em aberto pela participação no assalto ao Banco Bradesco em João Pessoa. Todos confessaram a participação no crime.

Agora os acusados participarão de audiência de custódia e deverão ser encaminhados para o presídio do Róger, em João Pessoa.

ENTENDA O CASO
Um empresário de 50 anos e um suspeito de tentativa de assalto morreram na tarde desta segunda-feira (11) após uma troca de tiros na área de autoatendimento da agência do Banco do Brasil no bairro do Bessa, em João Pessoa. Segundo informações da Polícia Militar, o caso aconteceu por volta das 16h, quando o empresário Marcone Morais chegava à agência com um malote de dinheiro.

Segundo o capitão Antônio Souza Santos, que atendeu a ocorrência, o empresário era dono da rede de postos de combustíveis Expressão e estava na área de autoatendimento quando os suspeitos anunciaram o assalto. “Ele estava chegando à porta giratória do banco quando os suspeitos, que acreditamos que eram quatro, anunciaram o assalto. Foi quando, possivelmente, o empresário reagiu, houve uma troca de tiros e um dos suspeitos foi atingido na cabeça, e o empresário foi atingido no tórax”, afirmou.

Ainda de acordo com o capitão, o suspeito da tentativa de assalto morreu ainda na área de autoatendimento do banco, enquanto que o empresário chegou a ser socorrido e levado para o Hospital de Emergência e Trauma da capital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. “O suspeito que morreu estava com uma máscara na mão e uma pistola .40 com uma cápsula já deflagrada”, detalhou.

Os outros suspeitos fugiram e a polícia realiza buscas para tentar localizá-los. De acordo com o capitão Antônio Souza, na fuga, os suspeitos capotaram o carro no bairro do Bessa, mas roubaram outro veículo e seguiram fugindo para local ainda não identificado.
PBagora

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