Fundac encerra atividades em alusão ao Dia da Consciência Negra com ação na Semiliberdade

Publicado em 3 de dezembro de 2021

Um debate sobre o tema “Ser Negro”, que envolveu socioeducandos, direção, funcionários e agentes socioeducativos no Centro Socioeducativo de Semiliberdade, encerrou as atividades em alusão ao Dia da Consciência Negra na Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente “Alice de Almeida” (Fundac), na tarde do último dia 30.
A ação, idealizada pela professora de artes Dhyan Urshita e pela assistente social Mara Fonseca, contou ainda com a participação especial de duas convidadas: a corretora e militante do movimento negro na Paraíba, Sinaria Saturnino, e a professora de arte culinária e penteados negros, Elídia Leite de Oliveira.
Durante a atividade, Sinaria Saturnino discorreu sobre o racismo estrutural e o abuso de poder que tanto atinge a população negra, ao mesmo tempo que recitou poesias de Maya Angelou. Já Elídia Leite contou um pouco de sua história enquanto mãe de meninas negras e falou sobre preconceitos de cor e discriminação racial velada.
“Se afirmar negro no Brasil, além de um ato de coragem, é um ato político, pois ainda somos um país extremamente racista. Por isso, o dia 20 de novembro é uma data para afirmamos que ainda não temos direitos iguais e que o povo negro ainda não ocupa lugares de poder, além de lembrar que os negros são as principais vítimas da violência policial. 20 de novembro é um grito de resistência e reafirma que a luta é todos os dias”, disse Sinaria.
Segundo a professora Dhyan Urshita, a discussão envolveu todos os participantes da atividade em alusão ao Dia da Consciência Negra na Semiliberdade. “Todos participaram dando opiniões e enfatizando sobre o assunto, trazendo memórias afetivas e belezas do povo negro no Brasil e no mundo. Os socioeducandos presentes lembraram de suas famílias, relacionamentos amorosos com adolescentes negras, e opinaram sobre ser negro neste país”, relatou.
Para Davi Lira, diretor da unidade de semiliberdade da Fundac, a atividade realizada em alusão ao Dia da Consciência Negra é de fundamental importância para discussão do combate ao racismo e reacende o debate sobre a chegada dos negros ao país, a escravidão no Brasil e o racismo estrutural da sociedade.
“Em se tratando de uma data tão significativa, é muito importante a realização dessas ações pedagógicas para se saber o que é e para que serve o Dia da Consciência Negra”, lembrou Davi.
Após o debate, os participantes tiveram a oportunidade de assistir ao filme brasileiro“Besouro”, dirigido por João Daniel Tikhomiroff, que conta a história de Manuel Henrique Pereira, que se transformou num dos grandes mestres da capoeira, disciplina criada por escravos africanos que eram proibidos de utilizar armas. Ao fim da atividade, foi servido um lanche para todos presentes.

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