Hang confirma que sua mãe tomou ‘kit covid’ antes de morrer

Publicado em 30 de setembro de 2021

O empresário Luciano Hang confirmou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, nesta quarta-feira, 29, que sua mãe, Regina Hang, usou remédios do ‘kit covid’, como hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina, quando detectou a covid-19 em dezembro do ano passado. Ele disse que sua mãe tinha diversas comorbidades, como problemas cardíacos e diabetes, e teve assistência médica. Regina Hang deu entrada em um hospital no dia 1º de janeiro, em São Paulo. Ela morreu em 3 de fevereiro.
Médicos que denunciam irregularidades na operadora de saúde Prevent Senior afirmam que a declaração de óbito de Regina Hang “foi fraudada”. Segundo os ex-funcionários da rede, o documento que atesta a morte “omitiu o real motivo do falecimento”, que seria por covid-19. A empresa nega irregularidades.
O Estadão teve acesso à certidão de óbito de Regina. No documento, a causa morte é descrita como “disfunção de múltiplos órgãos, choque distributivo refratário, insuficiência renal crônica agudizada, pneumonia bacteriana, síndrome metabólica, acidente vascular isquêmico prévio”. Não há menção à covid.
Em vídeo publicado no Instagram, em 5 de fevereiro, Luciano Hang relatou que a mãe estava assintomática e com “quase 95% do pulmão tomado” quando foi levada ao hospital. “Eu me questiono: será que se eu tivesse feito o tratamento preventivo, eu não teria salvado a minha mãe?”, afirmou no vídeo. As imagens foram veiculadas durante o depoimento do empresário.

Atestado de óbito
Hang também negou participação na fraude do atestado de óbito da mãe, Regina Hang. Durante depoimento, o empresário disse ter achado “estranho” não haver menção à covid no atestado e declarou que, como leigo, não sabe as informações que deveriam constar do documento.
Regina Hang foi internada em um hospital da Prevent Senior, em São Paulo, e morreu em 3 de fevereiro. O empresário disse que procurou a rede e afirmou acreditar que os senadores foram levados a erro.
“Achei estranho de não estar no óbito. Mas, sinceramente, sou leigo. Cheio de doenças, são 5 doenças lá colocadas e não estava o pós-covid. Mas aqui, eles me provaram que foi colocado”, afirmou.
O empresário apresentou um documento à CPI que, segundo ele, é da Comissão de Controle e Infecção Hospitalar, da rede. Hang afirmou que no documento, que teria sido feito no dia seguinte à morte de sua mãe e enviado a uma secretaria “federal”, há menção à covid. Por isso, disse, não teria havido subnotificação da morte de Regina Hang por covid.
“Pode ter acontecido um erro do plantonista (que) colocou aquelas doenças”, disse. “Não vejo o interesse do hospital de mentir sobre a morte da minha mãe.”
Durante a sessão, Hang tentou desvincular ‘tratamento precoce’ e ‘tratamento preventivo’ para justificar o vídeo e os remédios do ‘kit covid’ que sua mãe tomou. Segundo ele, “preventivo não é precoce”. Hang disse que “preventivo é antes de ter o vírus”. O tratamento precoce, segundo ele, ocorre depois que a covid é descoberta.

Foto: Leopoldo Silva / Agência Senado
Terra

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