Imagem de câmera reforça suspeita sobre morte de vigia de Sapopemba

Publicado em 21 de outubro de 2015

alexAlex de Morais levou um tiro na nuca quando voltava para casa.
PMs que acompanharam caso registraram ocorrência como atropelamento.
Imagens de câmeras de segurança reforçam a suspeita da Corregedoria da Polícia Militar de que PMs mentiram ao registrar a morte do vigilante morto com tiro na nuca como atropelamento em Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, há dez dias.
O vigilante Alex de Morais, de 39 anos, foi morto na madrugada de domingo (11) após ser atingido na cabeça por um tiro na cabeça. Apesar de a morte ter ocorrido por causa de um ferimento de arma de fogo, os policiais militares que atenderam a ocorrência registraram o caso como atropelamento, conforme o G1 revelou.
Nas imagens o relógio marca 3h19 da madrugada de domingo (11) quando um homem caminha pela rua. De repente, ele cai. Em seguida, passa uma moto em alta velocidade. E, logo depois, um carro da Polícia Militar se aproxima do homem caído.
Dois PMs descem do carro e um deles olha o para-choque, que está aparentemente quebrado. O outro segue em direção ao homem no chão.
A imagem gravada pela câmera de segurança é bem parecida com a cena relatada por testemunhas.
Os policiais que acompanharam o caso registraram a ocorrência como atropelamento e disseram que o motorista fugiu.
No entanto, o laudo da Polícia Técnico-Científica desmente a versão apresentada pelos PMs. O laudo diz que o vigilante morreu por perfuração de arma de fogo. Uma testemunha relatou à polícia que ouviu um barulho de tiro.
“Ela escutou um estampido de tiro, quando a população avistou a vítima caída e sendo atendida pela unidade de resgate, ouve-se uma conversa dizendo que havia feito alguma besteira”, afirmou o delegado Luiz Eduardo Marturano.
As imagens das câmeras de segurança foram encaminhadas para a Corregedoria da Polícia Militar, que também investiga o caso.
Os dois PMS envolvidos na ocorrência foram ouvidos na Corregedoria. E a Justiça Militar decretou a prisão temporária deles por 30 dias. A prisão foi pedida pelo ministério público e Corregedoria da PM.

Caso
O caso ocorreu na Rua Edgar Pinto Cesar, por volta das 2h50, após a vítima seguir em direção a sua casa depois de sair do trabalho em uma casa noturna na Zona Oeste da capital paulista. O vigilante tinha acabado de descer do ônibus e andava em direção a sua casa quando foi atingido.
A declaração de óbito diz que a vítima teve traumatismo crânioencefálico após ser atingida por um objeto perfurante contundente na cabeça. No entanto, os PMs contaram na delegacia que encontraram a vítima caída no chão e inconsciente após a passagem de uma motocicleta com dois homens em alta velocidade.
Vizinhos ouviram o barulho de um tiro sendo disparado. Testemunhas relataram ao G1 que os policias perseguiam a motocicleta quando dispararam um tiro que teria atingido acidentalmente o vigilante. Na sequência, um dos policiais desesperado teria declarado que “fez besteira”, de acordo com o relato da vizinhança.
A vítima foi encaminhada ao Hospital Santa Marcelina e morreu horas depois. A mãe da vítima contou ao G1 que o médico que atendeu seu filho no hospital disse que ele foi vítima de tiro na nuca e que não tinha nenhuma fratura no corpo ou sinal de atropelamento.
G1

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