Impunidade e mistério sobre carro Palio azul marcam 10 anos da morte do jornalista Barbosa Júnior em Campina Grande
Publicado em 23 de fevereiro de 2022![](https://rededenoticias.com/wp-content/uploads/2022/02/BJR2.jpg)
Para uns ele foi vítima fatal de mais um acidente de trânsito entre as centenas que acontecem pelo Brasil todos os anos e ´ficam por isso mesmo´, enquanto que para outros o caso não foi tão simples assim e pode ter acontecido de modo planejado. De uma forma ou de outra o fato é que o último dia 8 de fevereiro registrou exatamente dez anos da morte do jornalista/radialista Barbosa Júnior, nome que ainda hoje lembra impunidade, coisa que entristece e revolta não só seus familiares e amigos, mas também centenas de famílias brasileiras a cada ano.
A colisão de um carro da marca Palio, de cor azul, com a moto conduzida por Barbosa Júnior aconteceu por volta de 22h do dia 1 de fevereiro de 2012, exatamente no cruzamento das Ruas Rio Branco com Siqueira Campos, bem na esquina da então Casa de Saúde Dr. Francisco Brasileiro, no bairro da Prata. A moto seguia na Siqueira Campos quando foi violentamente colhida pelo carro, que vinha pela Rio Branco, no sentido bairro/centro.
Com a violência do impacto moto e condutor foram arremessados vários metros à frente e ao cair no asfalto o jornalista Barbosa Júnior teve costelas quebradas e o pulmão perfurado, além de muitas escoriações pelo corpo. A moto ficou parcialmente destruída. Segundo testemunhas, o motorista do Palio azul continuou sua viagem e se evadiu do local, sem ser identificado e sem ter a placa do veículo anotada. Sobre isso nada mudou nos últimos dez anos.
Quem primeiro correu para ver de perto o jornalista ao solo foram motoristas de táxis que faziam ponto bem ao lado da Casa de Saúde. Foram justamente eles que viram o carro Palio de cor azul se afastando rapidamente do local. Eles também acionaram o SAMU, que chegou rapidamente e socorreu a vítima para o Hospital Antonio Targino, mas após uma bateria de exames e diagnósticos médicos Barbosa Júnior foi transferido para o Hospital de Emergência e Trauma, dando entrada imediatamente na UTI, devido a gravidade de sua situação.
Durante o tempo que ficou internado na UTI do Trauma Barbosa Júnior passou por quatro cirurgias e teve complicações cardíacas. No dia 8 de fevereiro, entretanto, ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e não mais resistiu. Morreu por volta de 10h da manhã, deixando mulher e um casal de filhos, além de uma legião de amigos e admiradores, e uma sensação eterna de saudade, como também um sentimento enorme de revolta por conta da impunidade.
FOI MESMO ACIDENTE?…
Dez anos após o fato a reportagem do REDEDENOTICIAS.COM procurou familiares de Barbosa Júnior para relembrar o episódio e procurar novidades sobre as circunstâncias de sua morte. Não causou surpresa a informação de que até hoje não se sabe com certeza o resultado do inquérito e da perícia policial sobre o caso. Familiares informaram que não sabem o que a polícia concluiu sobre a morte.
Um dos familiares, que inclusive chegou a conversar com Barbosa Júnior poucas horas antes dele ser considerado morto, afirmou que ele contou que tinha suspeitas de que não havia sido um acidente e que poderia haver ´algo mais´, mas ele prefere silenciar sobre o assunto “por não ter certeza do que houve”. Outro fato interessante na história é que um agente policial civil, amigo de familiares de Barbosa Júnior, queria conversar com alguém da família e contar detalhes da investigação, mas de repente ele foi transferido pra outra delegacia e a conversa nunca aconteceu.
PERFIL
Barbosa Júnior era ex-diretor da Associação Campinense de Imprensa (ACI) e apresentava o programa Comunicação Aberta sempre na quarta-feira à tarde na Rádio Caturité. Ele também era funcionário público federal, lotado nos Correios e Telégrafos e era uma das lideranças do Partido dos Trabalhadores na Paraíba. O jornalista era pré-candidato a vereador na cidade de Lagoa Seca/PB.
Apolinário Pimentel